Com uma infraestrutura de transportes ainda precária no Brasil, o setor produtivo tem gastos bilionários com logística, o que reduz a competitividade dos produtos nacionais. Segundo a Fundação Dom Cabral, se o Produto Interno Bruto (PIB) cair 6% em 2020, o custo da indústria com logística poderá chegar a R$ 480 bilhões. O último boletim Focus, no entanto, revisou a estimativa de retração da economia para 6,5% este ano, o que significa que os gastos podem passar de meio trilhão de reais. Não à toa, a questão logística compõe grande parte do chamado Custo Brasil.
Para debater a importância de bons projetos de infraestrutura que possam melhorar a logística do país, o Correio realiza, na segunda-feira, 29 de junho, a partir das 15h, um webinar com as participações Renato Casali Pavan, sócio fundador e presidente da Macrologística; Ana Amélia Lemos, ex-senadora pelo Partido Progressista (PP-RS); Jorge Bastos, ex-diretor presidente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e ex-presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL); e Áureo Emanuel Pasqualeto Figueiredo, engenheiro e diretor da Faculdade de Engenharia da Universidade Santa Cecília (Unisanta).
O Correio Talks Portos e Fronteiras do Brasil: Infraestrutura Logística e Competitividade será transmitido, ao vivo, por meio do site www.correiobraziliense. com.br/correiotalks e pelas redes sociais do jornal. Os interessados poderão fazer perguntas aos convidados.
O Porto de Santos, o maior do país e da América Latina, é responsável por parte significativa do escoamento da safra de grãos produzidos no Centro-Oeste, quando deveria fomentar a movimentação de cargas de alto valor agregado. O terminal está dentro do maior parque industrial do país, São Paulo, que concentra 32% do PIB nacional, 22% do mercado consumidor e mais de 20% da população.
A saída mais lógica para os grãos do Centro-Oeste está nos portos do chamado Arco Norte, defende Renato Casali Pavan, da Macrologística. Com o canal do Panamá, é mais barato as exportações brasileiras saírem do país por ali em direção à Ásia. “Os projetos deveriam ser desenvolvidos para atender às necessidades das cadeias produtivas, porque uma logística precária se torna um obstáculo para a competitividade”, explica. Pavan destaca que a Ferrogrão, ferrovia cujo leilão o governo pretende realizar até o início de 2021, é uma obra que trará vantagem competitiva, porque levará a soja produzida no Mato Grosso até os portos do Norte do país. (SK)