Economia

Banco Central vai permitir saques de dinheiro no varejo

Medida será possível devido ao sistema de pagamentos instantâneos do BC, o PIX, que entra em operação em novembro

O Banco Central (BC) vai permitir que os consumidores brasileiros saquem dinheiro das suas contas bancárias diretamente nas redes de varejo do comércio. A possibilidade deve ser lançada em novembro, junto com o sistema de pagamentos instantâneos do BC, o PIX.

"O Pix permitirá o serviço de saque por meio da rede varejista", anunciou nesta segunda-feira (22/06) o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na abertura do Fórum de Pagamentos Instantâneos do BC.

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Segundo Roberto Campos, "as regras e os primeiros detalhamentos desse produto serão apresentados na próxima reunião do Fórum PI, em agosto". 

Campos Neto só adiantou, por sua vez, que essa medida pretende oferecer comodidade aos consumidores, que não vão mais precisar ir a uma agência ou a um terminal de autoatendimento bancário para sacar recursos das suas contas. Mas também reduzir o custo do transporte e a segurança do dinheiro em espécie. 

"O que posso adiantar é que essa facilidade visa a trazer mais eficiência, por meio da reutilização do dinheiro no varejo e do aproveitamento dessa rede, e fomentar a competição, ampliando as opções e a capilaridade das instituições para ofertarem o saque. Além disso, tem potencial de reduzir ainda mais o custo logístico e operacional com a distribuição de numerário. Além de agregar conveniência aos consumidores, pode gerar negócios adicionais aos varejistas, e permite aos participantes do Pix novas possibilidades", encerrou Campos Neto.

Gratuidade


Roberto Campos Neto também anunciou nesta segunda-feira que os consumidores brasileiros vão poder usar o sistema de pagamentos instantâneos do BC, o PIX, de forma gratuita.

"Haverá gratuidade para pessoas físicas, de forma a possibilitar igualdade de condições a outros meios de pagamentos. Confio que as instituições participantes desenvolverão modelos de negócio e estratégias interessantes e economicamente atrativas, ofertando o Pix às empresas de modo a refletir o baixo custo e agregar serviços que gerem valor para os clientes", afirmou Roberto Campos Neto.

Ele disse ainda que o BC está "em vias de divulgar formalmente as definições" tarifárias desse novo sistema de pagamentos. Mas o diretor de política monetária do BC, Bruno Serra, também já tranquilizou as empresas em relação ao custo desse serviço. Segundo Serra, "a expectativa é que a tarifa fique em torno de 1 centavo a cada dez mensagens de pagamentos instantâneos liquidadas". 

PIX

 
O PIX promete efetuar pagamentos e transferências bancárias de forma instantânea a partir de novembro. Por isso, segundo Roberto Campos Neto, "está entre os projetos mais importantes da pauta estratégica do BC, a Agenda BC#" e tem o potencial de "promover a democratização financeira por meio da evolução tecnológica". 

Por conta desse entendimento, o BC não adiou o lançamento do PIX, que está previsto para novembro, nem depois das adversidades enfrentadas na pandemia do novo coronavírus. De acordo com o presidente do BC, o regulamento definitivo do PIX será lançado em julho para proporcionar "plena clareza" em relação às regras desse novo meio de pagamento. Ainda assim, 980 instituições já se cadastraram para operar o PIX, segundo a autoridade monetária.