Investidores ignoram crise política e recessão
A sucessão de escândalos, confusões e polêmicas em Brasília parece não surpreender mais o mercado financeiro. Ontem, a Bolsa fechou em alta apesar da prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, da queda de mais um ministro e de o próprio presidente admitir que o “momento é difícil”. Não é a primeira vez que os investidores ignoram a turbulência política. O que justifica a indiferença? Uma das explicações razoáveis é de que, no Brasil, as crises foram normalizadas. São tantas que não faz sentido permitir que elas causem transtornos no dia a dia. É preciso, de alguma maneira, seguir adiante. Não deixa de ser curioso notar, também, que o Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira, aproxima-se novamente da simbólica marca dos 100 mil pontos enquanto os economistas projetam para o final de 2020 uma das maiores quedas do PIB na história. Será que os investidores enxergam coisas que ninguém vê?
“O caminho para superar a crise atual é, em primeiro lugar, a industrialização sustentável e, em segundo, investimentos consistentes em pesquisa e desenvolvimento”
Jean Jereissati,
presidente da Ambev, durante o Leaders Summit, evento que celebrou os 20 anos do Pacto Global da ONU
A realidade virtual da Nestlé
As dificuldades de deslocamento impostas pela pandemia obrigaram as empresas a buscar soluções criativas para manter atividades corriqueiras. Nesta semana, o vice-presidente e head global de Operações da Nestlé, Magdi Batato, que está baseado na sede de Vevey, na Suíça, realizou uma visita inusitada à fábrica de Caçapava (SP). O executivo usou óculos de realidade virtual para acompanhar, em tempo real, o funcionamento da unidade. É como se ele estivesse dentro da fábrica.
Na indústria 4.0, robôs obedecem a comandos de voz
A realidade virtual integra uma série de adaptações tecnológicas que a Nestlé tem realizado em suas operações. É a era da indústria 4.0. Entre as iniciativas estão o uso de robôs colaborativos, veículos autônomos, impressoras 4D, painéis digitais de controle de manutenção e até voice picking (deslocamento de robô por comando de voz) para o manejo de cargas nos centros de distribuição, o que permite que os operadores trabalhem sem materiais na mão e de forma remota.
67,1%
das famílias brasileiras têm dívidas, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio. É o índice mais alto da história
Nevaldo Rocha: do sertão para um império têxtil
A morte de Nevaldo Rocha, fundador do Grupo Guararapes (Lojas Riachuelo), encerra uma incrível trajetória. Pai do também empresário Flávio Rocha, Nevaldo teve uma infância pobre no sertão nordestino. Aos 12 anos, conseguiu o primeiro emprego como vendedor em uma relojoaria. Era tão hábil nos negócios que acabou comprando a empresa onde trabalhava. Pouco depois, abriu a loja de roupas que seria o embrião de um dos maiores grupos têxteis do Brasil. Nevaldo tinha 91 anos.
Rapidinhas
O Grupo Solum lança em julho o curso on-line Além da Bolsa. O objetivo é ensinar, por meio da plataforma Eduzz, como funciona o mercado de Private Equity e Venture Capital para investidores. As aulas serão ministradas por nomes como Pedro Janot (ex-presidente da Azul e da Zara), Rodrigo Fiszman e Patricia Stille (ambos ex-sócios da XP).
Sete mil pessoas inscreveram-se na edição 2020 do hackathon (maratona de inovação) promovido pelo Grupo CCR, maior administrador privado de rodovias do país, para criar soluções tecnológicas capazes de melhorar a vida dos caminhoneiros. As três melhores ideias vão dividir um prêmio de R$ 150 mil.
A 99, empresa de tecnologia voltada à mobilidade urbana, traz uma nova proposta para Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro: o 99Entrega, que possibilita aos usuários enviar objetos pessoais a conhecidos. Em Goiânia, onde o serviço estreou, os resultados foram positivos. Os primeiros 15 dias de operação geraram corridas 33% mais longas.
A decisão do governo de manter o cronograma de leilões de infraestrutura deve beneficiar o setor de seguros de grandes riscos. A Austral Seguradora, especialista no setor, calcula que os prêmios diretos no chamado seguro garantia (para assegurar a conclusão de obras) devem girar de R$ 15 a R$ 20 milhões.