Pouco antes das 13h, o Índice Bovespa, principal indicador da B3, registrava alta de 1,07%, situando-se em 96.567 pontos.
Para Marcelo Zambello, analista de pesquisa da Necton Investimentos, o mercado preferiu demonstrar otimismo com a sinalização do Banco Central de que haverá mais cortes na taxa básica de juros (Selic) e ignorar as notícias ruins para o governo, como a prisão do amigo do presidente Jair Bolsonaro, o ex-militar Fabrício Queiroz, alvo de investigação policial de um esquema de “rachadinha” no gabinete de um dos filhos do chefe do Executivo, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). “O mercado espera, pelo menos, mais um corte residual de 0,25 ponto percentual ou de 0,50 ponto percentual na Selic. Isso é um fator positivo e quando olhamos para as bolsas externas, a B3 ainda está desvalorizada em 19% em comparação ao patamar que estava no início do ano e isso pode ser uma oportunidade”, afirmou Zambello
Ontem, o Banco Central reduziu a Selic em 0,75 ponto percentual, para 2,25% ao ano. Na avaliação do economista-chefe do BNP Paribas, Gustavo Arruda, o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom|) abriu espaço para mais cortes nas próximas reuniões do colegiado. Para ele, o BC poderá reduzir a Selic em mais duas reuniões. “Embora nosso modelo de inflação indique espaço para novos cortes, esperávamos que o Copom repetisse suas preocupações com o limite inferior efetivo. No geral, agora esperamos um corte de 0,50 ponto, em agosto, e um corte final de 0,25, em setembro”, informou.
Com a redução da Selic para 2,25% ao ano, o Brasil, pelas estimativas de Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset Management, considerando a projeção de inflação futura do BC de 3,25% para os próximos 12 meses, o país passa a ter, pela primeira vez na história, juro real negativo, de 0,78% ao ano.
Com juros cada vez mais baixos, a aposta dos operadores é que o investidor brasileiro também continue apostando na Bolsa em busca de maiores retornos. Ações de exportadoras e de empresas que lideram seus segmentos e que podem se consolidar em um mercado cada vez menos competitivo devido à retração na economia neste ano são as melhores opções para quem busca retorno daqui para frente.
Migração
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Contudo, conforme os dados do Banco Central de ontem, junho voltou a registrar uma saída de capital estrangeiro do país. No acumulado do ano até 12 de junho, o fluxo cambial ficou negativo em US$ 10,2 bilhões.