Com meia hora de pregão, o tombo havia diminuido e o Índice Bovespa, principal indicador da B3, retornava ao patamar acima de 95 mil pontos, com queda de 0,28%. Contudo, puxada pela alta das ações da Cielo, que subia mais 4,4%, o IBovespa ensaiava um retorno ao azul pouco antes das 11h. Já o dólar subia 1,71%, cotado a R$ 5,35.
Queiroz foi preso em uma operação conjunta da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo, autorizada pela Justiça do Rio de Janeiro. Ele é o pivô de uma suspeita operação de “rachadinha” no gabinete do atual senador Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio, colocando a família do presidente no centro de um escândalo de corrupção. O militar estava sumido há mais de um ano da polícia para não dar explicações do esquema.
André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, lembrou que hoje é dia de queda nos mercados internacionais, e, por conta disso, “será difícil isolar o possível efeito da prisão de Queiroz nos mercados de capitais”. “Minha impressão é que a prisão de Queiroz por si só não traga maiores prejuízos, mas sim uma reação mais forte do presidente que tem se mostrado extremamente incomodado com a situação política em seu entorno”, afirmou.
“De forma geral, como disse no início, o mercado tende a ignorar o fato de Queiroz ter sido preso, mais relevante será reação de Bolsonaro a mais esta investida da justiça contra aliados próximos. A temperatura pode subir”, complementou Perfeito.
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Ontem, o Banco Central reduziu a taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto percentual pela segunda vez consecutiva, de 3% para 2,25% ao ano, novo piso histórico. A decisão era esperada pelo mercado, mas a autoridade monetária não trouxe boas notícias hoje da atividade econômica, que está sofrendo com a pandemia de covid-19. O IBC-Br, indicador do BC que é conhecido como a prévia do PIB (Produto Interno Bruto), registrou retração de 9,73% em abril.
Na Europa, as bolsas registram queda generalizada, após as autoridades de Pequim anunciaram 21 novos contágios de covid-19 na capital da China, totalizando 158 desde a semana passada. Madri e Paris tinham recuo de quase 2% e o Índice Dax, da Alemanha, de 1,5%.