Foram os primeiros números de maio do IBGE sobre o mercado de trabalho, calculados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Covid (Pnad Covid), feita totalmente por telefone. No trimestre encerrado em abril, a Pnad Contínua, pesquisa que segue sendo a oficial para medir o mercado de trabalho nacional, havia mostrado uma taxa de desemprego de 12,6% -- mas os dados não são comparáveis, segundo o IBGE.
De acordo com Daniel Duque, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), neste período inicial da crise, há uma "falsa estabilidade da taxa de desemprego", porque os trabalhadores estão perdendo o emprego, mas, num primeiro momento, não estão buscando novas vagas - pela metodologia internacional dos estudos sobre trabalho, só é considerado desempregado quem busca um emprego.
O total de desempregados foi de 9,8 milhões na primeira semana de maio para 10,9 milhões na segunda, alta de 10,8%. Como o total de ocupados se manteve no mesmo nível - em torno de 84 milhões nas quatro semanas, indicando que não houve demissões generalizadas -, é possível que os desempregados tenham vindo do grupo de trabalhadores que estavam fora de força de trabalho, ou seja, não estavam procurando emprego, disse o diretor adjunto de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo. Esse é o movimento esperado para os próximos meses, nas projeções de Duque, do Ibre/FGV.
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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.