Correio Braziliense
postado em 16/06/2020 06:00
A nova rodada de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) começa no próximo dia 29, com o intuito de ajudar os brasileiros que foram atingidos financeiramente pela pandemia do novo coronavírus. Mas os trabalhadores que têm contas ativas ou inativas no fundo já podem saber quanto poderão receber. A consulta está disponível nos canais digitais da Caixa. Segundo o governo, 60,8 milhões de brasileiros poderão, individualmente, sacar até R$ 1.045. No total, serão injetados R$ 37,8 bilhões na economia até o fim do ano.O valor e a data do saque vão depender do saldo e do mês de nascimento de cada trabalhador. É possível consultar o valor disponível bem como a data marcada para retirada por meio do site do FGTS (fgts.caixa.gov.br) ou da central de atendimento da Caixa, que atende pelo telefone 111. Para fazer a consulta, é preciso ter em mãos o número do CPF ou do NIS e da data de nascimento. A partir de sexta-feira, ainda será possível fazer a consulta através do aplicativo do FGTS e do Internet Banking da Caixa.
Para quem tem mais de uma conta no FGTS, a retirada começará pelas mais antigas ou inativas. O pagamento será feito de forma escalonada, entre 29 de junho e 14 de novembro, ou seja, apesar de ser considerado emergencial, o saque vai demorar até cinco meses para chegar ao bolso de boa parte dos trabalhadores. A Caixa dividiu os pagamentos de acordo com o mês de nascimento do cotista para evitar aglomerações nas agências bancárias. Também por conta disso, decidiu fazer a liberação pelas mesmas regras usadas no auxílio emergencial de R$ 600.
Desse modo, o banco vai depositar o recurso primeiro em uma poupança social digital, e só depois de pelo menos 30 dias vai permitir o saque em espécie ou a transferência bancária dos recursos. Nesse ínterim, o trabalhador poderá movimentar o dinheiro por meio do aplicativo Caixa Tem, que permite o pagamento de contas e a realização de compras em débito de forma gratuita.
O saque não é obrigatório. Porém, o trabalhador que não quiser retirar o dinheiro precisa alertar a Caixa. O aviso poderá ser feito até 10 dias antes da data marcada para o depósito, por meio do aplicativo do FGTS ou do Internet Banking da Caixa. Nesse caso, o dinheiro continuará nas contas do FGTS, que, por sinal, hoje, rendem mais que a poupança. Os recursos que forem depositados nas poupanças sociais, mas não forem movimentados até 30 de novembro também voltarão às contas do Fundo.
Quem fizer o saque agora corre o risco de ter pouco a tirar do FGTS no futuro, no caso de uma possível demissão, por exemplo. Segundo o Ministério da Economia, cerca de 30 milhões de trabalhadores podem zerar a conta do FGTS caso façam o saque de R$ 1.045 neste ano. Depois disso, eles só poderão sacar o que for recolhido por seus empregadores a partir de agora.
Como usar
O educador financeiro Jônatas Bueno diz que é preciso avaliar muito bem a condição financeira antes de decidir o que fazer em relação ao saque do FGTS. Ele lembra que, em situações normais, os brasileiros só podem usar os recursos em caso de doença, demissão ou financiamento imobiliário. E diz que, nesse momento de pandemia e incertezas econômicas, pode ser interessante usar o dinheiro para fazer uma reserva de emergência.
“A maior parte dos brasileiros não tem reserva financeira e foi afetada financeiramente pela pandemia. Então, muitos vão ter que acabar usando esse dinheiro como forma de subsistência, para comprar o básico ou pagar uma conta. Mas, se sobrar algo ou se a pessoa estiver com os compromissos em dia, é recomendável fazer uma reserva de alta liquidez para acessar quando for preciso”, afirmou Bueno.
Benefícios devolvidos
O Ministério da Cidadania informou que R$ 29,65 milhões foram devolvidos ao governo por 39,5 mil brasileiros que admitiram ter recebido o auxílio emergencial de R$ 600 sem ter direito ao benefício. A maior parte das devoluções veio de 23.643 militares, que restituíram R$ 15,2 milhões até a última sexta-feira. De acordo com o próprio governo, o benefício, criado com o intuito de ajudar trabalhadores informais de baixa renda, acabou sendo pago de forma irregular a pessoas de classe média, brasileiros que moram no exterior, sócios de empresas e servidores públicos.
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