Economia

Vendas fracas para os namorados



O comércio para o Dia dos Namorados deve ter queda histórica em 2020. Segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgado ontem, o varejo terá recuo de 43,1% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o faturamento foi de R$ 1,65 bilhão. Este ano, o volume de vendas deve alcançar R$ 937,8 milhões, o menor desde 2009, quando a movimentação foi de R$ 919,2 milhões. Tais números referem-se apenas ao comércio físico, de lojas e shoppings.

A exemplo das datas comemorativas anteriores, a redução se deve, principalmente, ao isolamento social provocado pela pandemia e ao desemprego provocado pela crise econômica. Apesar de o país encontrar-se no menor índice de isolamento social desde o início da quarentena, em meados de março, a flexibilização não será capaz de salvar as vendas para o Dia dos Namorados. Os produtos considerados “não essenciais” são os que sofrerão maior retração –– nesta categoria estão lojas de vestuário, calçados e acessórios, que tendem a acusar perdas de até 71,3%, na comparação com o ano passado. Informática e comunicação devem ter perdas em torno de 58,3%. O setor de utilidades para o lar e eletroeletrônicos vem logo em seguida, com projeção de perdas por volta de 55,8%.

Para Fabio Bentes, economista da CNC, mesmo que o isolamento social tenha diminuído, muitos comércios permanecem fechados. Isso prejudica diretamente nas vendas. Ele comentou ainda que as soluções idealizadas pelo comércio, como drive-thru, entregas e vendas por aplicativos, têm ajudado o setor e diminuído as perdas. Porém, são medidas paliativas e não resolvem o problema.

* Estagiário sob supervisão de Fabio Grecchi