Carlos Wizard e o sucesso traiçoeiro
O que leva um empresário dono de alguns bilhões de reais a arriscar a reputação para defender iniciativas questionáveis, como a recontagem de mortes em uma pandemia? A passagem- relâmpago de Carlos “Wizard” Martins pelo governo Bolsonaro mostra como o sucesso rápido e estrondoso pode ser traiçoeiro. Filho de um motorista de caminhão e de uma costureira, Martins fez fortuna ao criar a escola de inglês Wizard, vendida em 2013 para a britânica Pearson por quase R$ 2 bilhões. Depois, emplacou vários negócios bem-sucedidos, escreveu livros de autoajuda que se tornaram best-sellers e passou a ser uma das principais referências do empreendedorismo brasileiro. Wizard achou que essa trajetória seria suficiente para dar pitacos no combate ao coronavírus, mesmo sem ter formação na área da medicina ou experiência com doenças infecciosas. Muitos empresários prósperos costumam se considerar infalíveis. Não são e essa talvez tenha sido a lição mais dura aprendida pelo mago dos cursos de inglês.
US$ 314 bilhões
é quanto as companhias aéreas vão perder em 2020 com a crise do coronavírus. A estimativa feita pela Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata, na sigla em inglês) mostra o tremendo desafio que o setor terá pela frente
A TV de R$ 250 mil
A sul-coreana LG lançará no final do mês uma das TVs mais caras da história. Equipada com o primeiro display Oled 8k do planeta, ela custará incríveis US$ 50 mil (cerca de R$ 250 mil). Segundo a LG, o aparelho de 88 polegadas produz imagens quatro vezes mais nítidas do que os atuais monitores 4k e tem definição 16 vezes superior à HDTV. Apesar do preço extravagante, não se trata de um caso único na indústria. Em 2016, a Samsung colocou no mercado um modelo de 105 polegadas por US$ 100 mil.
Ameaças de boicote assustam empresário
A saída de Carlos Wizard do Ministério da Saúde tem dois objetivos: reduzir os danos à imagem de suas empresas e evitar perdas financeiras. Desde que o empresário se manifestou a favor da recontagem de mortos por coronavírus, uma avalanche de críticas e ameaças de boicote chegou às redes sociais. Wizard tem participação em 20 companhias. Entre as marcas controladas por sua família estão KFC, Frango Assado, Mundo Verde, Pizza Hut, Rainha, Taco Bell e Topper, para citar as mais conhecidas.
NBA na Disney
A NBA, a liga americana de basquete, está montando uma operação de guerra para voltar à ativa. Todos os jogos que restam para a conclusão da temporada deverão ser realizados a partir de 31 de julho no complexo da Disney, em Orlando, que também sediará os treinos e servirá de hospedagem às equipes. “Isso evitará os deslocamentos e permitirá a realização de mais partidas em períodos menores de tempo”, disse Adam Silver, comissário da Liga. Não foi definido se os jogos terão público.
“De certa forma, é tão bizarro que quase vejo o assunto como algo engraçado, mas não é. Nunca estive envolvido em nada parecido. É difícil negar essas coisas, porque é tão estúpido e estranho que repeti-las quase lhes dá credibilidade”
Bill Gates, fundador da Microsoft, comentando a teoria da conspiração que atribui a ele o surgimento do novo coronavírus
Rapidinhas
A americana P&G lançou no Brasil uma aceleradora de projetos para o combate ao coronavírus. As propostas enviadas por ONGs, pequenas empresas e profissionais independentes passarão pelo crivo de especialistas e as que forem selecionadas receberão aportes financeiros da multinacional.
Uma pesquisa realizada pela consultoria GFK identificou quais são os principais desejos dos consumidores do comércio eletrônico. Para 64% deles, a prioridade das empresas deveria ser a oferta de diferentes métodos de pagamento, enquanto 59% apontaram que a sua maior preocupação é o frete grátis.
O presidente da C&A, Paulo Correa, calcula que todas as suas 286 lojas no país estarão abertas até o fim de julho. Atualmente, apenas 60 delas estão funcionando. No início da crise do coronavírus, a empresa chegou a perder 96% do faturamento, mas o aumento das vendas on-line deu algum fôlego para a operação. Mesmo assim, os sinais mostram que o ano será difícil.
Vinhos e licores estão em alta no Brasil. De acordo com um estudo realizado pela consultoria Ideal, foram as únicas bebidas alcoólicas a registrar crescimento do volume importado nos quatro primeiros meses do ano. As compras internacionais de vinhos avançaram 6,6%, mas o desempenho dos licores foi ainda melhor, com um salto de 27,5%.