Economia

Economista Carlos Lessa morre, aos 83 anos, vítima do coronavírus

Ele estava internado no Hospital Copa Star, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Deixou filhos e três netos

Correio Braziliense
postado em 05/06/2020 12:38

Carlos LessaO economista Carlos Lessa morreu, na noite dessa quinta-feira (4/6), aos 83 anos. Ex-reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e ex-presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foi mais uma vítima do coronavírus. Ele estava internado no Hospital Copa Star, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Deixou filhos e três netos. A família informou que fará uma cerimônia virtual em função da pandemia. O falecimento foi divulgado pelo filho do economista, Rodrigo Lessa, pelas redes sociais.

 

"Meu amado pai foi hoje as 5 horas da manhã descansar. A tristeza é enorme. Seu último ano de vida foi de muito sofrimento e provação. O legado que ele deixou não foi pequeno. Foi um exemplo de amor incondicional pelo Brasil, coerência e honestidade intelectual, espirito público, um professor como poucos e uma alma generosa que sempre ajudou a todos que podia quando estava a seu alcance, um grande amigo. Que descanse em paz", postou Rodrigo Lessa.

 

Informação também foi confirmada pela UFRJ, instituição da qual foi reitor, que decretou luto oficial por três dias. "A Reitoria da UFRJ lamenta profundamente a perda de Lessa e presta condolências à família e aos amigos. O Brasil perde um grande Brasileiro, com B maiúsculo", destaca a universidade em uma nota em seu site.

 

Carlos Lessa

Carlos Francisco Theodoro Machado Ribeiro de Lessa tinha 83 anos e foi professor da UFRJ, onde se formou economista em 1959, e foi eleito reitor em 2002. Fã da cultura e do Rio de Janeiro, a atuação dele não se restringiu ao campo acadêmico. Ele fundou o bloco Minerva Assanhada, formado por alunos e estudantes da instituição. A deusa da sabedoria é o símbolo da instituição.

 

Pesquisador apaixonado pelo Rio, desenvolvimentista, político, amante da cultura popular e empresário, o economista Carlos Lessa misturava cultura e economia, arte popular e educação. Como professor, função que exerceu praticamente por toda a vida intercalando com passagens por cargos públicos, se elegeu em 2002 reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde se formara em Ciências Econômicas em 1959. Obteve resultado consagrador, 85% dos votos dos 13.453 eleitores, entre professores, funcionários e alunos

 

De janeiro de 2003 a novembro de 2004, Lessa foi presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ele também foi professor do Instituto Rio Branco, ministrou cursos na Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) e no Instituto Latino-americano de Pesquisas (Ilpes), da ONU, na Universidade do Chile e na Unicamp. Lessa também foi consultor da Fundação para o desenvolvimento da Administração Pública (Fundap).

 

Como político, foi ligado ao PMDB de Ulisses Guimarães e chegou a aceitar convite de Michel Temer, em 2007, para fazer um programa trabalhista, populista e nacionalista, mas acabou desistindo e se filiando ao PSB, afirmando depois de 40 anos de militância: "Acho que todo brasileiro atesta com tristeza que o PMDB dono do coração de Ulisses Guimarães, de Teotônio Vilela, de Tancredo Neves não existe mais. Ao contrário, existem pessoas que tomaram o coração do PMDB". Ele chegou a lançar candidatura nas eleições municipais de 2008 pelo PSB, mas a retirou e apoiou o prefeito Marcelo Crivella.

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