Economia

Maia diz que aguarda governo para ampliar auxílio e manter valor em R$ 600

Extraoficialmente, o Executivo fala em mais duas parcelas de R$ 300. Há consenso entre parlamentares desse valor se manter em R$ 600

Os deputados federais esperam um posicionamento do governo para avançar sobre o debate da extensão do auxílio emergencial. Extraoficialmente, o Executivo fala em mais duas parcelas de R$ 300. Há consenso entre parlamentares desse valor se manter em R$ 600.

O Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) falou sobre a prorrogação do término do pagamento do auxílio em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (4/6). “A gente entende a preocupação do governo e gostaria de ter uma posição oficial. Que o governo encaminhe a matéria e possamos fazer um debate transparente”, disse.

 

“Temos ouvido dos parlamentares a importância da prorrogação e da manutenção do valor por algum período, que tem impacto e tem que ser construído de forma coletiva, com equipe econômica e parlamento. Eu tenho defendido com o governo que comece esse debate de forma oficial para que a equipe econômica mostre o tamanho da despesa criada de forma correta. Entendemos que temos algum período de queda grande da economia, impactando no emprego e renda dos mais vulneráveis no Brasil”, acrescentou Maia.

 

Sobre o valor de R$ 300, Maia destacou que, por parte dos deputados, a intenção é pagar mais duas ou três parcelas no valor de R$ 600. Ele destacou que a Câmara não está desprezando o impacto financeiro “e nem a necessidade de prorrogação do benefício”.

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"É um impacto grande, vamos tentar construir soluções dentro do orçamento fiscal normal para construir com o governo uma solução para fazer a manutenção de R$ 600 por mais 60 dias. Tem que ser um debate aberto. Todos têm o mesmo objetivo, que é garantir a renda mínima para milhões de brasileiros que perderam, da noite para o dia, capacidade de sustentar as famílias”, destacou.

 

Posição clara

 

Maia também afirmou que o Congresso pode tomar a iniciativa, mas, ainda assim, uma posição clara do governo garantirá que os deputados saibam em que cenário financeiro estão trabalhando. “A PEC da Guerra abre as condições para que o governo possa realizar o gasto. Mas todos sabemos que o nível de endividamento do governo federal é o nosso limite. Qual a capacidade de emitir dívida e financiar essa dívida no mercado financeiro? Esse é o limite, para que o Brasil também tenha condição de controlar essa dívida gerada nos próximos anos”, explicou.

 

Sobre a possibilidade de transformar o auxílio emergencial em uma política de governo, Maia afirmou que é importante que os programas sociais sejam pensados separadamente de uma reforma tributária, para evitar aumento de impostos. “Temos muitos programas de proteção social que estão sendo mal locados. Tem boas propostas feitas ao longo dos últimos anos. Na próxima terça faremos um debate mais aprofundado. Mas tem que ser separado da reforma tributária para não correr risco de incorrer em aumento de carga tributária”, afirmou.