Economia

Bolsa tem melhor pregão desde 10 de março e fecha com alta de 1,39%

Para especialista, mercado financeiro acredita que "o pior" da crise já passou e começa a ensaiar recuperação; dólar sobe e vai a R$ 5,38

Em meio a um movimento de recuperação parcial da economia internacional, o índice Ibovespa, principal da B3 (bolsa brasileira), encerrou esta segunda-feira (1º/6) em alta de 1,39%, com 88.620 pontos. Foi a primeira vez desde 10 de março que a bolsa fechou acima dos 88 mil pontos. Já no câmbio, o dólar, que vinha caindo na última semana, terminou o dia em leve alta, de 0,82%, vendido a R$ 5,38. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,41.

No cenário internacional, a segunda-feira teve a divulgação do índice Purchase Managers Index (PMI) — indicador econômico da atividade industrial — da China e dos Estados Unidos. O país asiático teve alta para 50,7 no mês de maio, contra 49,4 em abril. Nos EUA, o índice foi a 39,8 em maio, que foi maior que os 36,1 no mês anterior. No Brasil, o índice também foi divulgado hoje, com o país chegando a 38,3. Em abril, o índice foi de 36,0.

A expectativa do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB), no entanto, é de queda de 6,5%, segundo o Boletim Focus, do Banco Central. Renan Silva, economista da Bluemetrix Investimentos, avalia que a projeção faz sentido. "Acho que é coerente. Temos projeções consistentes de até 7,3%, 7,5% de queda no PIB, dado o desemprego e a taxa de endividamento das famílias. Se fizer um paralelo do que aconteceu em 2016, é possível que o cálculo passe de 7%”, explicou.

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Segundo ele, os bons resultados na bolsa brasileira são fruto de um clima de positividade entre os investidores, que acreditam que a pior parte da crise já passou. "O que estamos observando é um movimento de recuperação parcial depois do pânico que a pandemia gerou no fim do mês de março. Grandes investidores que tinham espaço em suas carteiras retornam para a bolsa de forma mais consistente. No caso das pessoas físicas, essas ficaram mais resilientes, não se viu uma saída tão grande desse grupo da bolsa. Além disso, tem a baixa de juros, que acabou cooperando para essa recuperação. Estamos começando junho bem", avaliou Renan.

Atualmente, a taxa básica de juros, a Selic, está em 3% ao ano. O corte de 0,75 pontos percentuais foi feita na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. A projeção do Boletim Focus, no entanto, prevê que até o fim de 2020, ela chegue em 2,25% ao ano. A próxima reunião do Copom está marcada para este mês de junho.

O economista Renan Silva comentou ainda que, apesar do clima de incerteza política no Brasil, o mercado está reagindo bem, uma vez que não vê – pelo menos a curto prazo, possibilidade de um impeachment do presidente Jair Bolsonaro. "O mercado reagiu otimista ao vídeo da reunião e entende que não devemos caminhar para o impeachment", pontuou.


*Estagiário sob a supervisão de Vicente Nunes