Ministro da CGU, Wagner Rosário revelou que, além da questão dos militares, mais de 160 mil pagamentos suspeitos já foram detectados pelo governo. E ele admitiu, em coletiva de imprensa realizada no Palácio do Planalto, que esse número ainda pode crescer. Afinal, o governo ainda está fazendo a nova triagem dos mais de 59 milhões de cadastros que foram aprovados para receber os R$ 600.
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"Estamos agora, por exemplo, identificando pessoas que estão solicitando esses benefícios dentro de um mesmo IP ou um mesmo celular, para tentar identificar fraudes. O trabalho está acontecendo em conjunto com o Ministério da Cidadania e vem cortando esses benefícios para evitar a saída de recursos", contou Rosário. Na semana passada, por exemplo, a CGU cancelou o pagamento das próximas parcelas dos R$ 600 para 106 pessoas que fraudaram o benefício em Goiás. A maior parte dessas pessoas chegaram até a ser presas, em uma operação conjunta da CGU com a Polícia Civil de Goiás.
O ministro não informou quanto pode ter sido liberado de forma irregular através desses 160 mil pagamentos que estão sendo investigados. Antes disso, contudo, o governo já havia dito que só os 73 mil militares que receberam o auxílio emergencial em abril ficaram com cerca de R$ 43 milhões do programa. Wagner Rosário prometeu, então, apresentar o balanço geral de todas as possíveis irregularidades que foram detectadas dentro do programa dos R$ 600 assim que a CGU concluir a checagem da base de dados do auxílio emergencial.
Segundo a Caixa Econômica Federal, mais de R$ 70 bilhões já foram pagos a 56,6 milhões de pessoas por meio do auxílio emergencial. E o número de beneficiários do programa ainda vai crescer. Por isso, hoje mesmo o governo federal liberou mais R$ 28,7 bilhões para o programa. O crédito extraordinário foi liberado através da Medida Provisória (MP) 970 e vai levar o orçamento total do auxílio emergencial para R$ 152,62 bilhões. E esse orçamento ainda deve crescer, já que o governo estuda conceder mais uma ou duas parcelas do auxílio emergencial, mesmo que com um valor menor que os R$ 600, para os brasileiros que ficaram sem renda durante a pandemia da covid-19.
Para garantir que esse recurso será bem aplicado, a CGU ainda prometeu, portanto, liberar em breve toda a base cadastral dos brasileiros que foram analisados pelo programa do auxílio emergencial. "Em 12 a 15 dias, vamos colocar em transparência toda a base de recebimento do auxílio emergencial, com todas as pessoas que estão recebendo, para que o cidadão possa ele mesmo fiscalizar essas cerca de 153 milhões de pessoas que estão cadastradas para o recebimento do auxílio emergencial", antecipou Rosário.
Segundo a Caixa Econômica Federal (CEF), mais de 100 milhões de CPFs já foram avaliados pelo programa. Desses, 59 milhões foram considerados aptos ao auxílio emergencial e estão recebendo os R$ 600, sendo 19,2 milhões do Bolsa Família, 10,5 milhões do CadÚnico e 29,3 milhões do aplicativo e do site do benefício. Outros 37,3 milhões foram negados, sendo 700 mil do Bolsa Família, 21,6 milhões do CadÚnico e 15 milhões do aplicativo, porque, segundo o governo, não se encaixavam nos critérios de concessão do auxílio emergencial, como os critérios de renda, vínculo empregatício e composição familiar do benefício. Os demais 9,7 milhões seguem em análise e ainda é possível pedir essa ajuda, pelo aplicativo ou pelo site do auxílio emergencial, até 2 de julho.