A queda em 2020 se concentrou no mês de abril, quando as medidas de restrição à circulação em função da pandemia da covid-19 estavam em vigor em todo o país. Na comparação com março de 2020, a redução observada no total de cargas transportadas foi de 42%, ou 41 mil toneladas de cargas a menos. O mercado doméstico, que representou 22% do total transportado em abril de 2020, foi o que apresentou a maior queda, com índice 67% inferior na comparação com o mesmo mês de 2019.
A queda observada em 2020 também tem relação com a desaceleração no total de cargas transportadas ao longo de 2019. Após o recorde de 1,39 milhão de toneladas movimentadas em 2018, o ano de 2019 movimentou um total de 1,28 milhão de toneladas, índice 8% inferior ao do ano anterior. O recuo ocorreu principalmente no transporte internacional de cargas, que reduziu em 10% o total de cargas transportadas, contra uma queda de 3% no mercado doméstico.
Importância estratégica
De acordo com o gerente-executivo de Infraestrutura da CNI, Wagner Cardoso, o transporte aéreo concentra mercadorias de maior valor agregado, capazes de arcar com custos de frete mais elevados que de outras modalidades de transporte, ou que demandam uma entrega rápida. “São produtos essenciais para a indústria, seja para a venda de bens finais, seja para a entrega de insumos vinculados às cadeias globais de produção”, afirma.
Segundo dados do Ministério da Economia, em 2019, o total de bens exportados e importados na modalidade aérea pelo Brasil totalizou US$ 45,6 bilhões. Dentre os principais produtos, estão máquinas, equipamentos e produtos diversos da indústria, incluindo bens de alto nível tecnológico, como aeronaves e suas partes. Além dessas mercadorias, os produtos farmacêuticos transportados pelo modal totalizaram US$ 6,4 bilhões no ano passado, o que demonstra a importância da aviação para o combate à pandemia da covid-19.