Apesar de o Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) estar focado nas medidas de combate à pandemia, não faltarão recursos para financiamentos a projetos de infraestrutura a longo prazo. A garantia é do presidente da instituição, Gustavo Montezano, que participou, ontem, de uma live, com o Ministério da Infraestrutura, para apresentar a parceria entre os dois órgãos visando à realização de estudos técnicos referentes à estruturação de concessões rodoviárias.
“No dia a dia, estamos focados mais intensamente nas medidas de combate à pandemia, de saúde e de logística e saúde. Mas não podemos esquecer do longo prazo. Nossa agenda de infraestrutura é mais importante do que nunca. Projetos bem modelados são fundamentais para a retomada da economia”, afirmou. “Tivemos evoluções nas últimas semanas, tanto no programa de concessões rodoviárias quanto no de portos.”
Montezano disse que já ouviu dúvidas sobre a capacidade do BNDES atuar como financiador. “Não faltarão recursos de longo prazo em reais para infraestrutura. Vai atuar com garantia, para que o mercado possa cofinanciar junto com o BNDES. É muito importante que a operação seja em rede”, destacou. Dessa forma, a instituição funciona como catalisadora e facilitadora dos entes multilaterais, com sindicalização de riscos e de caixa.
Sobre o temor de falta de interesse dos investidores em meio à recessão, Montezano destacou que, “num mundo com crescimento baixo, o ativo de infraestrutura ganha mais atratividade”. “Tudo que é mais constante tende a aumentar o apetite”, assegurou.
Incremento
As concessões vão contemplar 15 trechos em 13 estados, num total de 7.213km, o que representaria um incremento de 70% na atual malha federal concedida. A previsão é de que os primeiros resultados sejam apresentados no primeiro trimestre de 2021 e que os leilões ocorram a partir de 2022. Foram iniciados também estudos para a privatização do Porto de Santos (SP). O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, garantiu taxas de retornos mais atrativas aos investidores nas próximas concessões, entre 10% e 12% ao ano.