A equipe econômica confirmou nesta quinta-feira (21/05) que o governo federal não deve encerrar o auxílio emergencial de forma abrupta. A ideia é encontrar uma "solução intermediária" para a preocupação fiscal do governo e a demanda da população pela prorrogação do auxílio. Ou seja, uma solução que permita amparar os trabalhadores por mais tempo, mas dentro de um orçamento menos pesado para o governo, que, por isso, deve achatar o valor do auxílio emergencial para R$ 200 depois da terceira parcela dos R$ 600.
A proposta de reduzir o valor do auxílio emergencial para permitir o pagamento do benefício por mais que os três meses inicialmente imaginados pelo governo foi ventilada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta semana em conversa com empresários. E foi confirmada nesta quinta-feira pelos seus auxiliares em coletiva de imprensa realizada no Palácio do Planalto. "Chegaremos a uma solução intermediária. Não com o mesmo perfil de hoje. E a possibilidade referencial é o valor trazido pelo Bolsa Família", afirmou o secretário da Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues.
Waldery disse que, ao se nortear no Bolsa Família, cujo benefício médio mensal é de R$ 191, o objetivo do governo é alinhar a manutenção do atendimento aos mais vulneráveis com o olhar diligente sobre a questão fiscal. "Nesse momento de pandemia em que há alta imprevisibilidade sobre o seu término, que o auxílio siga, mas siga de forma adequada a cada momento, atendendo os mais vulneráveis e olhando a questão fiscal", disse o secretário.
O entendimento da equipe econômica é que será necessário ajudar os trabalhadores informais por mais alguns meses (mais um ou dois, se depender de Guedes), já que a pandemia do novo coronavírus está se arrastando por um período maior do que o previsto. Mas de uma forma menos custosa para o governo, que imaginava pagar R$ 200 a 30 milhões de brasileiros durante a covid-19 e hoje está pagando R$ 600 a quase 60 milhões de pessoas.
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Ele concluiu dizendo que, apesar de ter sido autorizado a extrapolar os limites fiscais neste ano em razão da pandemia, o governo precisa ter zelo com a condição fiscal. "Há o pós-coronavírus e nós queremos ter condições saudáveis ao sair", defendeu.