Economia

Desemprego avança em 12 estados




A taxa de desemprego aumentou em 12 estados e se manteve estável nos demais no primeiro trimestre de 2020, na comparação com o mesmo período de 2019. A Bahia ficou na frente, com aumento de 18,7%, além de Amapá (17,2%), Alagoas e Roraima (16,5%). Com as menores taxas de crescimento estão Santa Catarina (5,7%), Mato Grosso do Sul (7,6%) e Paraná (7,9%).

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em todo o país, o desemprego atingiu 12,9 milhões de pessoas no primeiro trimestre, ou 12,2% da população economicamente ativa, segundo dados divulgados anteriormente pelo Instituto.
A Pnad mostra que as desigualdades permanecem acentuadas, a taxa de informalidade cresce e 3,1 milhões de pessoas procuram vagas há dois anos ou mais. Os dados, contudo, ainda não captam todo o impacto da pandemia de covid-19 na economia.

O economista Eduardo Velho, estrategista-chefe da INVX Global Brasil, destaca que o principal problema, daqui por diante, será a elevação do desemprego estrutural, que tende a ficar mais rígido, mesmo quando a economia iniciar a recuperação.

“A saída de dois ministros da Saúde durante a pandemia reforça a percepção de divergências no primeiro escalão do Executivo”, afirma. Para ele, o isolamento não deve terminar no primeiro semestre. “Os níveis de contágio e de mortes pela covid-19 devem prolongar o bloqueio da atividade econômica”, afirmou.

No entender de Cesar Bergo, sócio investidor da Corretora OpenInvest, o desemprego deve piorar, pelo menos, até o fim de julho. “A previsão é de que até agosto, na média nacional, a desocupação chegue a 20%. É possível que haja melhora a partir de outubro. Para chegarmos a níveis de emprego próximos aos do final de 2019, teremos que esperar ainda dois anos, para 2022”, explicou.

A situação piorou entre os menos privilegiados. Entre pretos e pardos, o desemprego avançou, de 13,5% e 12,6%, no quarto trimestre de 2019, para, respectivamente, 15,2% e 14%, enquanto o dos brancos subiu de 8,7% para 9,8%. Os homens tiveram taxa de desocupação de 10,4%, e as mulheres, de 14,5%. Entre os jovens de 18 a 24 anos de idade, aumentou de 23,8% para 27,1%, na taxa geral, sendo que, no Nordeste, a taxa chegou a 34,1%.