Na contramão do câmbio e da Bolsa, os juros futuros encerraram a semana em queda nesta sexta-feira, 15, à medida que os fundamentos para as taxas emergiram. A demissão de Nelson Teich do Ministério da Saúde foi suplantada pela reaproximação do presidente Jair Bolsonaro com Rodrigo Maia (DEM-RJ). Desta forma, o conteúdo das recentes comunicações do Banco Central (comunicado pós-Copom e ata) voltou à mesa, com a mensagem de corte de juros em junho.
Ao fim da sessão regular, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 2,560%, ante 2,640% no ajuste desta quinta, 14. O janeiro 2022 recuou de 3,660% para 3,510%. E o janeiro 2027 passou de 7,880% para 7,82%.
"A discussão fiscal e polÃtica dos últimos dias fez o mercado perder um pouco de foco na polÃtica monetária. Daà a poeira abaixa com a reaproximação de Maia e Bolsonaro, e o mercado vê que o fundamento é juro para baixo. Hoje a curva conseguiu refletir melhor isso", resumiu o economista-chefe da Garde Asset Management, Daniel Weeks.
Weeks pontua que tanto o comunicado quanto a ata deixaram a porta aberta para um corte de até 75 pontos-base na Selic em junho.
Na sessão de hoje, a precificação para a redução de 0,50 ponto porcentual alcançou 64%, segundo cálculos do estrategista-chefe do Mizuho, Luciano Rostagno. Os 36% restantes são apostas em 25 pontos-base, que ganharam fôlego ao longo da semana diante do acirramento polÃtico.