O governo prepara um plano de retorno dos servidores ao trabalho presencial a partir de segunda-feira. Dois ministérios, do Turismo e da Cidadania, começaram a chamar os profissionais. No Ministério da Mulher, a volta estava prevista para 11 de maio, mas os funcionários apresentaram uma nota técnica e ganharam mais uma semana. Servidores pretendem recorrer à Justiça para se protegerem da pandemia.
“O retorno aos prédios, num cenário de aumento do número de infectados e mortos pela covid-19, é irresponsável”, diz a Articulação Nacional das Carreiras Públicas para o Desenvolvimento Sustentável (Arca). Funcionários do Banco Central também defenderam a permanência do afastamento. “O trabalho remoto salva vidas e deve continuar”, afirma nota do sindicato da categoria (Sinal).
De acordo com as determinações oficiais, estariam isentos apenas quem tem 60 anos ou mais; gestantes; portadores de doenças crônicas ou imunodeficiência; responsáveis pelo cuidado de pessoas com suspeita ou que testaram positivo para covid-19; e aqueles com sintomas de gripe ou que fizeram viagem internacional.
Larissa Benevides, sócia do Torreão Braz Advogados, disse que, desde março, quando o governo emitiu os ofícios, várias carreiras entraram com ação na Justiça. Algumas não foram aceitas, mas diante do cenário de expansão da doença e de aumento das mortes, solicitarão, hoje, um mandado de segurança. “Os novos dados mostram que o perigo — para todos e não apenas para o pessoal do grupo de risco — aumentou e não há justificativa para a liberação da circulação de pessoas”, afirmou a advogada. (VB)