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Mesmo em liquidação, Brasil não atrai estrangeiros
O Brasil está barato para investidores estrangeiros? A julgar pela cotação em dólar de todas as empresas brasileiras listadas na B3, a bolsa de valores de São Paulo, a resposta é sim. O valor atual de mercado das 328 companhias que negociam ações no país é de US$ 588 bilhões. No início de fevereiro, antes de a pandemia chegar, era de US$ 1,1 trilhão. Se o Brasil está em liquidação, por que os estrangeiros sumiram? Há três possibilidades. A primeira: eles desconfiam da capacidade de recuperação das empresas brasileiras. Em um cenário de terra arrasada, com queda do consumo e dos investimentos, a tendência é que a retomada seja mais demorada. A segunda: a crise do coronavírus faz com que os investidores estrangeiros se dediquem a olhar para os problemas locais, sem se movimentar para aventuras no exterior. A terceira: a turbulência política é um repelente natural de recursos internacionais. Quem coloca dinheiro em um país caótico como o Brasil?

Deutsche Bank fala em impeachment de Bolsonaro
O mercado financeiro está perdendo a paciência com o governo Bolsonaro. Em comunicado enviado a clientes, o banco alemão Deutsche Bank falou, pela primeira vez, na possibilidade de impeachment do presidente, diante do agravamento da crise institucional e afirmou que o número de vítimas da covid-19 no Brasil será um dos mais altos do mundo. O relatório do banco também sinaliza que o país caminha para enfrentar a pior recessão de sua história e projeta o dólar a R$ 6,50.

Stone demite depois de anunciar pacote de socorro
A Stone, startup do ramo de maquininhas, demitiu ontem 1,3 mil funcionários, o equivalente a 20% de sua força de trabalho. Para justificar os desligamentos, a empresa disse que a queda dramática das vendas no varejo afetou seus resultados financeiros. O curioso é que a Stone chegou a anunciar, no início da crise do coronavírus, um pacote de R$ 30 milhões para socorrer parceiros e clientes, além de linhas de microcrédito para pequenas e médias empresas, as mais impactadas pela pandemia.

O mau humor dos chineses com os brasileiros
Um empresário paulista ligado à Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China diz que tem notado certo mau humor dos executivos chineses com os brasileiros. “Eles sempre nos trataram com profundo respeito, mas a situação mudou desde que representantes do governo Jair Bolsonaro começaram a provocar a China”, afirma. “Por enquanto, isso não se reflete nos negócios, porque os chineses são muito pragmáticos. O Brasil, afinal, está barato para eles. Estamos em liquidação.”

Rapidinhas
» O Assaí Atacadista montou uma operação de guerra para reduzir o risco de contaminação pela covid-19. A rede está medindo a temperatura de todos os clientes que entram nas lojas. Se a pessoa estiver febril, será aconselhada a voltar para casa. Na semana passada, o Carrefour adotou medida idêntica em 100 hipermercados do país.

O controle de temperatura será a regra em diversos setores. Nesta semana, a companhia aérea francesa Air France anunciou que lançará um sistema de medição dos passageiros. A viagem só será autorizada se a temperatura da pessoa estiver abaixo dos 38º. O uso de máscaras também será obrigatório em todos os voos.

» A Anfavea, a associação dos fabricantes de veículos, fez uma conta para mostrar o tamanho do impacto da pandemia do coronavírus no setor. A estimativa é que um milhão de carros novos e usados deixaram de ser vendidos nos quatro primeiros meses de 2020. Diante do agravamento da crise, é impossível prever quando a recuperação vai começar.

» Nem só de notícias negativas vive a indústria brasileira. O presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus, Roberto Cortes, disse em uma live que a empresa concluirá, até 2021, o plano de investimentos de R$ 1,5 bilhão, iniciado em 2018. “De forma alguma vamos cancelar ou prorrogar algo substancial”, afirmou.