Os dados do setor de serviços, divulgados ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrando um tombo de 6,9% em março, superou as estimativas do mercado. Confirmam que os impactos da pandemia da covid-19 estão sendo bastante fortes, piorando as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano.
O tombo de março é o maior da série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), iniciada em janeiro de 2011 pelo IBGE. O setor de serviços tem um peso grande no PIB. Em 2019, respondeu por 75,8% e seu desempenho pode refletir na produção de riqueza no ano. Vale lembrar que, em 2019, o setor de serviços cresceu 1,1%, entre janeiro e março, em relação ao mesmo período de 2018. No ano, o PIB registrou expansão de 1,1%.
Uma das maiores quedas no setor de serviços foi no Turismo, de 30% na comparação com fevereiro, também a maior da história. As perdas chegaram a R$ 13,4 bilhões, de acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio. Levantamento da entidade revela que os prejuízos em relação ao período pós-pandemia já somam R$ 62,56 bilhões até o 10º dia de maio.
Condução da crise choca investidor
Enquanto o presidente Jair Bolsonaro alimenta protestos contra os bloqueios nos estados, o Brasil atravessa a grave crise da pandemia assustando os investidores. É o que mostra um artigo da Gavekal Research compartilhado entre operadores do mercado financeiro. O título do texto é auto-explicativo: “A casa em chamas do Brasil” (tradução literal). Segundo o documento, investidores estão “horrorizados” com o Brasil e com a falta de liderança do governo federal no combate à
covid-19. “A resposta à saúde pública tem sido fraca e as mortes são as mais altas do mundo emergente. Os investidores estão horrorizados com a situação econômica”, destaca o texto do economista Armando Castelar, pesquisador do Ibre-FGV