As incertezas rondam os operadores que continuam na expectativa de novas altas do dólar diante da continuidade do embate ideológico e político e a piora nos dados de aumento de mortes e de contágio devido às baixas taxas de isolamento social nas maiores capitais do país. “Afinal, nem sabemos em que estágio está a pandemia no país! E, pior, não há uma diretriz firme e consistente face à grave problemática”, destacou o economia Sidnei Nehme, da NGO Corretora de Câmbio.
A alta do dólar ajudou a mudar o sinal da B3 na primeira hora do pregão, passando a registrar alta de 0,40% antes das 11h puxada por ações de empresas exportadoras de alimentos, como a BRF, que registrava alta de 11%. A Marfrig subia 4%.
PIB fraco
A mediana das estimativas do mercado para o PIB passou de uma queda de 3,8%, na semana passada, para 4,1%, nesta semana, conforme dados do boletim semanal Focus, do Banco Central. As previsões do Focus estão otimistas se comparadas com a de José Francisco Lima Gonçalves, do Banco Fator, que prevê retração de 7,4% no PIB deste ano, de recuo de 3% no PIB de 2021. Ele demonstrou grande preocupação com os rumos da economia e os conflitos criados pelo presidente Jair Bolsonaro. “Estamos em meio a uma crise política entre o presidente e os demais poderes e um movimento de política fiscal contracionista e condução de reformas defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que não combina com a aproximação do presidente com o Centrão”, resumiu.
Diante da economia cada vez mais fraca, a projeção de inflação para este ano também caiu, passando de 1,97% para 1,76%, abaixo da metade da meta, de 4% anuais, confirmando a expectativa de uma quebra na demanda. A expectativa do mercado para a taxa básica de juros (Selic) no fim do ano passou de 2,75% para 2,5%. A mediana para o dólar foi mantida em R$ 5 em dezembro.
Bolsas internacionais
Na Europa, as bolsas também estavam operando no vermelho enquanto o petróleo tipo Brent oscilava bastante, mas era negociado acima de US$ 30 o barril para entrega em junho.
Saiba Mais
Na Coreia do Sul registrou o maior número de casos de coronavírus em mais de um mês, em razão do aparecimento de um foco de contágio em um bairro de vida noturna em Seul. O país, que em fevereiro era um dos maiores focos de infecção no mundo, é considerado um modelo na luta contra o vírus. A normalidade começou a se restabelecer na semana passada.