Segundo a Caixa Econômica Federal (CEF), mais de 6,9 milhões de brasileiros já fizeram o saque em espécie do auxílio emergencial. Considerando que cada um desses brasileiros tem direito a pelo menos R$ 600, o volume total de retiradas supera, portanto, a marca dos R$ 4 bilhões. Mas a quantidade de dinheiro que entrou em circulação desde que o auxílio emergencial começou a ser pago é muito maior.
Dados do Sistema de Administração do Meio Circulante (Sismecir) do Banco Central revelam que o volume de dinheiro em circulação no Brasil aumentou em R$ 36,4 bilhões desde que o benefício começou a ser pago. É praticamente o mesmo valor que a Caixa destinou aos 50,5 milhões de brasileiros que já receberam a primeira parcela do auxílio emergencial: R$ 35,5 bilhões.
Isso porque, em 09 de abril, o primeiro dia de pagamentos do auxílio emergencial, havia R$ 273 bilhões em circulação no Brasil. Já no dia 27 de abril, quando foi liberado o saque em espécie dos R$ 600 para quem não conseguiu movimentar o auxílio pelos canais virtuais do banco, eram R$ 279 bilhões. E, na última sexta-feira (08/05), quando 6,7 milhões de brasileiros já haviam sacado os R$ 600 em uma agência da Caixa, o volume de dinheiro em circulação chegou a R$ 309,49 bilhões. O número é 27% maior que o registrado no mesmo período do ano passado: R$ R$ 242,9 bilhões.
E tudo indica que esse número pode continuar crescendo. Afinal, pelo menos oito milhões de pessoas devem entrar na lista de beneficiados dos R$ 600 nas próximas semanas, segundo os cálculos do Ministério da Cidadania. E todo esse pessoal vai receber, em breve, a segunda parcela do auxílio emergencial, além da terceira parcela prevista para junho.
Não bastasse isso, nem todo o dinheiro que existe no Brasil está sendo movimentado. É que, de acordo com o Banco Central, o fenômeno do entesouramento cresceu durante a pandemia do coronavírus. Ou seja, o número de pessoas que guarda dinheiro em casa, como uma forma de se precaver para alguma emergência.
Por isso, a autoridade monetária está procurando formas de criar um estoque de segurança que previna os bancos brasileiros de qualquer risco de falta de dinheiro em espécie. E, para isso, perguntou se a Casa da Moeda poderia antecipar a entrega das novas cédulas previstas para entrarem em circulação ao longo deste ano.
"O BC fez consulta à Casa da Moeda quanto à viabilidade de antecipação das entregas previstas dentro da programação de produção anual de cédulas para construir estoques de segurança e mitigar eventuais consequências do fenômeno de entesouramento que se observa desde o início da pandemia", informou a autoridade monetária.
O Banco Central garantiu, por sua vez, que "até o momento, os estoques de numerário foram suficientes para atender as demandas" da população brasileira. "O BC tem dialogado com seu custodiante (BB), Caixa e demais instituições financeiras para acompanhar a movimentação do meio circulante e prover seu adequado atendimento", acrescentou.
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Segundo a Caixa, para isso são feitos "estudos que consideram os perfis de pagamento e recebimento das agências e a logística para abastecimento". E, com base nesses dados, "são adotadas ações preventivas para que as unidades com alto perfil de saque sejam abastecidas para atendimento aos clientes".