Correio Braziliense
postado em 08/05/2020 13:11
A produção da indústria automobilística, em abril, despencou ao menor nível da série histórica, iniciada em 1957. Resultado da paralisação de quase todas as fábricas ao longo do mês. De acordo com os números divulgados nesta sexta-feira (7/5) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), apenas 1.847 veículos foram produzidos, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, um tombo de 99% sobre o mês anterior e de 99,4% sobre abril do ano passado. Além disso, foram produzidas 1.752 máquinas agrícolas, 59% a menos do que em março.
As vendas ao mercado interno e as exportações também despencaram. Os licenciamentos de veículos, de 55,7 mil unidades, foram 76% menores do que em abril de 2019, pior resultado em 20 anos. O segmento de caminhões recuou 53,5% no mesmo período, e o de máquinas caiu 23,9%. As exportações tiveram queda de 79,3% para veículos, pior volume desde janeiro de 1997, e de 62,1% para máquinas, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Os estoques, de 237 mil unidades, são suficientes para quatro meses de vendas, no ritmo lento atual.
O único indicador positivo é o nível de empregos diretos na indústria, que se mantém num patamar acima dos 125 mil na soma das 26 associadas da Anfavea. Porém, segundo o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, apesar do empenho da indústria automobilística, não é possível garantir os postos de trabalho. “É característica do setor segurar o emprego o máximo possível. Usamos todas as ferramentas possíveis, lay off, banco de horas, férias coletivas. Mas é difícil falar se essas ferramentas serão suficientes para segurar o emprego. Depende da retomada do mercado”, afirmou.
Saiba Mais
Segundo Moraes, a indústria está utilizando todas as medidas provisórias editadas pelo governo. “Dependendo da crise, vamos ter que estender a aplicação das MPs. Tem um custo, mas se não houver gestão, o gasto será maior com seguro-desemprego”, ponderou. O presidente da Anfavea disse ainda que é preciso proteger a saúde dos funcionários e, ao mesmo tempo, encontrar meios para que o Brasil não entre numa recessão tão grave que possa levar o país a um colapso. “Isso exige um engajamento coordenado de toda a sociedade e também do Estado brasileiro, com foco absoluto na saúde e na economia. Não é hora de ruídos políticos que só desviam as atenções do que realmente interessa à população brasileira no momento de uma crise sem precedentes.”
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