"Temos que fazer isso dentro do orçamento, dentro da capacidade do país, porque não posso aumentar imposto para fazer obra pública", afirmou Marcelo Guaranys, reforçando o discurso do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que a retomada econômica deve vir pelo investimento privado e pelas privatizações, já que o governo não tem orçamento para aumentar os gastos públicos da forma como gostaria o Pró-Brasil.
Guaranys foi questionado sobre o impasse criado pelo Pró-Brasil em entrevista ao programa Pânico, da Rádio Jovem Pan. E garantiu que o mal estar que foi causado pela apresentação do plano, a contragosto do Ministério da Economia, já foi resolvido. O secretário repetiu a alegação de Guedes de que o Pró-Brasil é apenas o início dos estudos do grupo interministerial que vai projetar a retomada do pós-coronavírus sob a coordenação da casa Civil, mas com a participação da equipe econômica. "É só o começo. O grupo foi criado agora e tem 50 dias para criar o plano. Estamos trabalhando nisso", alegou.
O auxiliar de Guedes ainda afirmou que esse plano de retomada terá dois eixos. O primeiro eixo é o da ordem, que passa pelas reformas econômicas e pelo plano de desburocratização do ambiente de negócios, que já era defendido pelo Ministério da Economia antes da pandemia do novo coronavírus. "As coisas que travam o país são as mesmas. Se já tínhamos uma situação ruim antes, temos que atacar os mesmos problemas de antes: o gasto errado do dinheiro público, as coisas que travam a iniciativa privada de funcionar, o excesso de burocracia e a reforma tributária. Isso tudo tem que continuar avançando, porque, se vou precisar de uma recuperação mais rápida, tenho que fazer as reformas mais rápidas ainda", defendeu Guaranys.
Já o segundo eixo é o do progresso, que passa pelos investimentos e pelo desenvolvimento da economia brasileira e do emprego. Mas que, segundo a equipe econômica, não deve focar apenas nos investimentos públicos, mas principalmente nos investimentos privados e nas privatizações. "Ordem é reforma e progresso, obras. Mas não tem que imaginar que vou fazer um pacote do PAC antigo e fazer grandes investimentos públicos que vai desenvolver, porque sabemos que não desenvolve", afirmou Guaranys.