Economia

Sobre gastos com pandemia, Maia diz: 'Remédio talvez tenha que ser maior'

Presidente da Câmara dos Deputados ressalta que governo não apresentou um pacote único com gastos no combate ao coronavírus e que agora é preciso cautela

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (7/5), disse na manhã desta quinta-feira (7) que as reformas planejadas, como a administrativa e tributária, terão que ser repensadas devido aos gastos com ações voltadas ao combate à pandemia do novo coronavírus. Com o aumento do endividamento público, ele avalia que a discussão deverá ser "em outro patamar". 

"Talvez para segurar uma relação dívida/PIB maior, o remédio talvez tenha que ser maior também", disse, ponderando que talvez ainda não seja o momento de iniciar as discussões, quando o foco deve ser o enfrentamento ao coronavírus. O presidente falou que as reformas podem ser discutidas e votadas no segundo semestre, já respondendo à necessidade de uma recuperação econômica e dando sinalizações para que investidores tenham confiança de voltar a investir no Brasil.

Maia ressaltou que agora é preciso ter cautela com os gastos públicos para não sair mal da crise. De acordo com ele, o governo brasileiro não apresentou um pacote completo de medidas, o que possibilitaria um dimensionamento total dos gastos com as ações relativas à pandemia, e que isso o preocupa. O presidente pontuou que em cada projeto fala-se em R$ 200 milhões, R$ 1 bilhão, R$ 2 bilhões, e que é preciso ter cuidado em como avançar. 

"Se sair mal da crise, não conseguir organizar bem a saída, o custo do carregamento do aumento da dívida vai ser muito amargo para a sociedade", afirmou. 

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O deputado federal criticou, ainda, que até hoje o governo não tomou algumas medidas, como linha de crédito a hospitais de pequeno e médio porte. O democrata pontuou que o governo ainda não teve "coragem de resolver" questões relativas a grandes empresas, como o setor do transporte rodoviário e aéreo. "Vai Parar. Vamos ter uma realidade depois da pandemia em relação ao transporte, porque ninguém fez nada", disse.