Em nota técnica divulgada nesta semana, a IFI lembra que 50 milhões já receberam o auxílio emergencial de R$ 600, mas diz que esse número pode chegar a pelo menos 80 milhões. A IFI explica que a Dataprev ainda está analisando o cadastro de quase 19 milhões de brasileiros que solicitaram o auxílio emergencial no aplicativo do programa (13 milhões de cadastros que foram inicialmente classificados como inconclusivos e 6 milhões de cadastros realizados depois do dia 30 de abril) e ainda aponta outros motivos que podem ampliar o número de elegíveis aos R$ 600.
Entre esses motivos, estão o fato de que muitos brasileiros de baixa renda podem não ter solicitado o recurso ainda por conta de problemas tecnológicos, como a falta de acesso à internet, e, sobretudo, o fato de que o número de brasileiros que pode se encaixar nos critérios de concessão do auxílio emergencial ainda pode subir, já que a crise da covid-19 continua pressionando o emprego e a renda da população brasileira.
A IFI diz que o "aumento do desemprego elevará o número de elegíveis" e lembra que "a trajetória da taxa de desemprego para os próximos meses ainda é incerta – assim como a duração e a intensidade da desaceleração econômica". Hoje, a taxa de desemprego está em 12,2% e afeta 12,9 milhões de pessoas. Mas já quem diga que essa taxa pode chegar a 15%, colocando mais três milhões de pessoas na fila do desemprego.
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E esse é apenas o cenário factível. Em um cenário mais extremo de crise e desemprego, segundo a IFI, o número de elegíveis aos R$ 600 poderia chegar até a 112 milhões - mais da metade da população brasileira -, puxando o orçamento do programa para R$ 217 bilhões.