Economia

Dólar sobe com exterior em meio cautela com política e fiscal do Brasil

O dólar volta a subir, pelo quarto dia seguido, em meio à valorização da moeda norte-americana no exterior, cautela com a crise política doméstica e antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). Investidores repercutem a derrota do governo com as mudanças no projeto de lei de socorro a Estados e municípios, aprovado na terça-feira, 5, na Câmara, assim como depoimento do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro com acusações de "interferência política" do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal e a piora da perspectiva do rating do Brasil pela Fitch para negativa. Está no radar ainda a votação em segundo turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 10/20, conhecida como a PEC do Orçamento de Guerra, pela Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 6. O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), convocou sessão deliberativa para 11h30. No caso do Projeto de Lei Complementar (PLC) 39/20, que destina um socorro no total de R$ 125 bilhões aos Estados, o Distrito Federal e os municípios para ajudar no combate à pandemia do novo coronavírus, houve a aprovação na Câmara, ontem à noite, mas com mudanças que implicam o retorno da matéria para nova análise do Senado. Após alterarem, por meio de destaque apresentado pelo Novo, os critérios de distribuição de parte dos recursos que serão repassados aos Estados, os deputados aprovaram também um destaque do PT que incluiu servidores da educação na lista dos funcionários públicos blindados do congelamento de salários. Às 9h23, o dólar à vista subia 0,93%, a R$ 5,6451. O dólar futuro para junho avançava a R$ 5,6530 (+1,12%). Antes da abertura dos mercados, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou que o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1) subiu 0,04% em abril, após a alta de 0,49% registrada em março. O indicador é usado para mensurar o impacto da movimentação de preços entre famílias com renda mensal entre 1 e 2,5 salários mínimos. Com o resultado, o índice acumulou alta de 1,11% no ano de 2020 e de 3,17% em 12 meses. Em abril, o IPC-C1 ficou acima da variação da inflação média apurada entre as famílias com renda mensal entre 1 e 33 salários mínimos, obtida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Brasil (IPC-BR), que teve queda de 0,18% no mês. No acumulado em 12 meses, a taxa do IPC-BR foi de 2,60%.