Economia

Pagamento da segunda parcela dos R$ 600 depende da aprovação do calendário

Presidente da Caixa diz que calendário de pagamento está ajustado pelo banco e pelo Ministério da Economia, mas resta ser aprovado pela Cidadania para ser levado a Bolsonaro. Adiadas algumas vezes, datas para os repasses devem sair nas próximas horas

O Ministério da Economia já aprovou o calendário de pagamentos da segunda parcela do benefício emergencial de R$ 600. Agora, falta apenas o Ministério da Cidadania aprovar as novas datas de pagamento para que o cronograma seja enviado para aprovação do presidente Jair Bolsonaro e comece a ser executado.


O andamento do calendário para a segunda parcela dos R$ 600, que é aguardado há mais de uma semana pelos mais de 50 milhões de brasileiros que receberam a primeira parcela do benefício emergencial, foi apresentado, nessa terça-feira (5/5), pelo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães.

“Estamos muito próximos de finalizar. Depois que eu e o ministro (da Cidadania) Onyx (Lorenzoni) fecharmos um cronograma, levaremos ao presidente Jair Bolsonaro, que é quem organiza. O ministro (da Economia) Paulo Guedes já deu o OK”, afirmou Guimarães, garantindo que essas datas devem ser anunciadas nas próximas horas.

Questionado sobre essas datas de pagamento, em live realizada nessa terça, o presidente da Caixa disse que não anteciparia detalhes dos acertos, que têm ocorrido, segundo ele, via intensas conversas há pelo menos três dias. Ele adiantou, contudo, que haverá mudanças em relação ao primeiro pagamento.

A primeira parcela do benefício emergencial começou há quase um mês, mas ainda não foi concluída porque a Dataprev ainda está analisando os dados cadastrais de milhões de brasileiros que pediram os R$ 600 pelo aplicativo da Caixa e porque o calendário dos saques em espécie só chegou à etapa final, nessa terça, com a liberação para retirada dos nascidos em novembro e dezembro.

Ele acredita que o problema dos cadastros será resolvido automaticamente no pagamento da segunda parcela, visto que o governo terá os dados dos beneficiários com direito ao auxílio. Mas Guimarães defende mudanças em relação ao saque presencial.

Filas

Os saques presenciais dos R$ 600 começaram na semana passada, provocando filas enormes nas agências. A Caixa admite que parte dessa aglomeração foi causada por problemas operacionais e pela necessidade das pessoas.

Problemas que, segundo o banco, estarão resolvidos na segunda parcela, seja por melhorias no aplicativo Caixa Tem ou porque o beneficiário saberá como funciona os mecanismos de acesso ao benefício emergencial.

“Esse próximo calendário terá mudanças em relação ao atual e são mudanças fáceis de serem atendidas”, reiterou Guimarães. O Ministério da Cidadania garantiu, na segunda-feira, que os dias de pagamento da segunda parcela do benefício emergencial serão anunciados em breve. Inicialmente, o governo informou que a segunda parcela do benefício emergencial seria paga a partir de 27 de abril, mas vem adiando desde então.


5,2 milhões já fizeram a retirada


A Caixa informou que 5,2 milhões de brasileiros já fizeram o saque em espécie do benefício emergencial de R$ 600 até ontem. A expectativa é que agora, portanto, as filas diminuam nas agências bancárias. O banco explicou que, com esses saques, quase 90% dos brasileiros que tinham direito a retirar o benefício de forma presencial nas agências já tiveram acesso ao dinheiro, seja por meio de retiradas em espécie ou de transferências bancárias.

A Caixa, que liberou o saque para quase 1 milhão de pessoas somente ontem, espera, portanto, receber, no máximo, 2 milhões de pessoas em busca do benefício emergencial no restante da semana. Ao todo, 18,5 milhões de brasileiros podiam fazer o saque presencial dos R$ 600. São aqueles trabalhadores que não tinham conta bancária antes da pandemia e, por isso, receberam o auxílio emergencial por meio de uma conta digital da instituição.

MP quer explicações para problemas

 

O Ministério da Cidadania terá que esclarecer as dificuldades registradas nos últimos dias para a liberação dos R$ 600. A determinação é do Ministério Público Federal, que deu um prazo de cinco dias para a pasta justificar os problemas encontrados na busca do recurso.

Saiba Mais

O MP pede que a Cidadania apresente o número exato de trabalhadores que foram considerados inelegíveis para o auxílio, assim como os motivos que justificam as negativas. Além disso, o MP pede que a pasta esclareça as regras da análise cadastral de quem pediu o benefício, bem como o tempo de resposta.

Indaga ainda qual a data de referência para saber se essas pessoas tinham vínculo formal de emprego, e qual o procedimento que deve ser adotado pelos que perderam o emprego depois dessa data, já que o benefício emergencial visa atender apenas aos informais.