Economia

Dólar sobe forte com tensão externa e local com política e covid-19

Na pesquisa Focus o mercado reduziu sua estimativa para Selic este ano, de 3,00% para 2,75% ao ano

Na volta do feriado local, o dólar opera em forte alta, reagindo ao exterior negativo em meio à tensão entre Estados Unidos e China e à cautela local com sinais de agravamento da crise política em plena escalada da Covid-19 no País. Até o domingo, 3, foram registrados mais de 7 mil mortes e 100 mil casos confirmados no Brasil.

O presidente Jair Bolsonaro segue no foco, após ter participado de outro ato contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso, ontem em Brasília.

Saiba Mais

Bolsonaro disse que não permitirá novas interferências no governo, que as Forças Armadas estão "ao lado do povo", que "daqui para frente não tem mais conversa" e a Constituição "será cumprida a qualquer preço". Mas os militares deixaram claro que a Aeronáutica, o Exército e a Marinha estão "sempre" na defesa da independência dos poderes e da Constituição. Bolsonaro disse que pode indicar hoje um novo nome para a Polícia Federal, que seria o braço direito de Alexandre Ramagem, impedido pelo STF de assumir na semana passada.

Os desdobramentos eventuais do depoimento do ex-ministro da Justiça Sergio Moro à Policia Federal, no sábado, serão monitorados.

Além disso, a Câmara dos Deputados marcou sessão virtual, às 11 horas, para a análise das mudanças no projeto de auxílio a Estados e municípios, aprovado pelo Senado no sábado.

Na pesquisa Focus o mercado reduziu sua estimativa para Selic este ano, de 3,00% para 2,75% ao ano, e voltou a cortar a previsão para o PIB em 2020, de -3,34% para -3,76%. Já para o câmbio, a mediana das expectativas no fim do ano foi de R$ 4,80 para R$ 5,00, ante R$ 4,50 de um mês atrás. Para 2021, a projeção para o câmbio foi de R$ 4,55 para R$ 4,75, ante R$ 4,40 de quatro pesquisas atrás.

Já o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) caiu 0,18% no fechamento de abril, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). A inflação medida pelo indicador desacelerou tanto na comparação com o fechamento de março (0,34%), quanto ante a terceira quadrissemana do mês (0,07%). Com o resultado, o índice acumula alta de 0,74% em 2020 e de 2,60% nos 12 meses encerrados em abril. No mês, a deflação foi mais intensa do que previa a mediana do Projeções Broadcast, de recuo de 0,11%, e bem próxima do piso (-0,19%) do intervalo. O teto das projeções indicava queda de 0,02%. Em 12 meses, a taxa também ficou mais baixa do que indicava a mediana do levantamento, de 2,66%, e no piso do intervalo, de 2,6%. A projeção mais alta indicava taxa de 2,79%.

Às 9h25, o dólar à vista subia 1,82%, a R$ 5,5408. O dólar futuro para junho avançava 0,90%, a R$ 5,5450.