Economia

Impacto de fora não veio

O ministro Paulo Guedes afirmou que a pandemia de Covid-19 ainda não resultou em choque externo na economia brasileira, apesar da queda do comércio global. Com o resultado melhor do que o esperado, a estimativa dele é de que o Produto Interno Bruto (PIB) do país caia 4%, não 6%, como prevê parte do mercado. Ele comentou o assunto, ontem, em audiência pública no Senado.

Segundo Guedes, a queda de exportações para os Estados Unidos e para a Argentina, maiores parceiros comerciais do Brasil depois da China, foi praticamente compensada pelo aumento de demanda do país asiático. As exportações para os Estados Unidos e para a Argentina caíram acima de 30% e, para a União Europeia, cerca de 3%. Para a China, entretanto, subiram entre 20% e 26%, afirmou o ministro.

“Como a China é, hoje, mais do que a soma de Estados Unidos, Argentina e União Europeia, as exportações brasileiras estão inalteradas. Elas praticamente subiram bastante em agronegócio, caíram um pouco em manufaturados, mas o impacto externo não está tendo grandes consequências por enquanto”, disse Guedes.

A explicação é que o Brasil não se integrou às cadeias globais e continua exportando majoritariamente produtos primários. “O que era uma grande maldição acabou virando uma bênção”, afirmou.

Isso porque, quando começa a “desorganização das cadeias”, o Brasil fica fora desse movimento. “Mas, como não sabemos ainda qual será a profundidade dos impactos do coronavírus na saúde, não dá para ter certeza do impacto na economia”, ressaltou.

Segundo Guedes, o governo monitorava a economia da China desde dezembro do ano passado. O acompanhamento antes da disseminação do novo coronavírus era feito “em função de uma série de impactos externos que já houve antes, como gripe aviária e gripe suína”, explicou.  (AA)