Estimativas do mercado estão convergindo para uma disparada na dívida pública do governo neste ano em função do aumento dos gastos do governo com medidas emergenciais para o combate à Covid-19, pandemia provocada pelo novo coronavírus. É crescente o número de previsões esperando que a dívida ultrapasse o patamar de 90% do PIB, quase o dobro da média dos países emergentes. Ontem, a consultoria britânica Capital Economics, demonstrou preocupação com o aumento do endividado do Brasil e comparou o país com a Itália, que tem o maior número de vítimas fatais na Europa e que tem endividamento elevado. Membros da equipe econômica já consideram que a dívida bruta poderá ficar entre 85% e 90% do PIB.
O economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, está revisando as estimativas para a economia brasileira. Ele prevê que a nova previsão de queda do PIB passará de 2,75% para 5% “ou mais”, mas não arrisca ainda uma nova estimativa para a dívida bruta. “A dívida bruta vai depender da projeção do PIB, que é uma parte relevante do fiscal, porque inclui a estimativa de arrecadação, que está diretamente associada ao PIB”, explicou. Contudo, ele considerou que a dívida bruta acima de 90% "pode ser uma possibilidade".
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O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$79,7 bilhões em março. No acumulado em 12 meses, o déficit nominal alcançou R$ 457,9 bilhões (6,24% do PIB), elevando-se 0,22 p.p. do PIB em relação ao déficit acumulado até fevereiro.