Guedes defendeu que as reformas voltem a ser discutidas logo depois da aprovação das medidas emergenciais. "Temos que ter consciência que, uma vez combatido isso, essa primeira onda, de saúde, temos que continuar as reformas", disse. A razão é "muito simples", na visão do ministro. "São as reformas que vão nos tirar do buraco", justificou.
“Podemos usar nosso período de quarentena, de isolamento, para implementar as reformas. Assim que nós terminamos as medidas emergenciais, meu pedido aos senhores é nós retomarmos o nosso horizonte de investimento e as nossas reformas", afirmou. Segundo ele, "a velocidade de fuga" do colapso econômico depende da retomada da agenda.
Horas depois, ainda na audiência, ele reforçou que as medidas devem vir depois das emergenciais. "Apesar de me acusarem de ficar só com a mesma coisa na cabeça, eu mesmo estou dizendo que não é esta a hora. A hora agora é das medidas emergenciais. As reformas estruturantes ficam um pouquinho para a frente", ponderou.
O ministro acredita que as propostas podem ir para a frente porque "temos um Congresso reformista e que trabalha mesmo durante a crise". "Vamos surpreender o mundo de novo saindo do burado mais rápido", disse. "Estávamos em momento virtuoso. A economia já estava começando a crescer, quando fomos golpeados pelo coronavírus", comentou.
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A reação do governo foi, naturalmente, mudar o eixo, suspender um programa de reformas estruturantes e liberar dinheiro para diminuir os prejuízos. "Imediatamente, soltamos R$ 800 bilhões", disse. A trajetória, entretanto, precisa ser retomada para garantir investimentos, defendeu.