“Temos uma dificuldade de prazo. A Covid tornou as coisas mais difíceis, mas a forma de reduzir a dívida é a venda de ativos. Temos mais de R$ 1 trilhão em ativos imobiliários, mas a grande maioria são irregulares e precisamos regulamentar para vender”, explicou. De 750 mil imóveis, apenas 400 são regularizados, conforme Mattar. “Os outros ativos são as estatais, com potencial de R$ 900 bilhões. Mas a privatização é uma decisão de governo, acima de mim e acima do Paulo Guedes (ministro da Economia). Se o governo não quer vender a Caixa, a Petrobras e o Banco do Brasil, tem de vender o máximo de ativos. Se não for tudo, que seja R$ 500 bilhões. Nossos líderes terão que tomar essa decisão”, destacou.
Mattar disse que, para avançar com seu plano de desestatização, precisa convencer os ministros setoriais e angariar o apoio do Congresso. “As estatais do Ministério da Economia, Serpro, Dataprev, Casa da Moeda, foram colocadas à venda, porque o governo é um péssimo gestor. A Valec gastou R$ 8 bilhões para fazer um ferrovia que vendeu por R$ 2,2 bilhões. Estatal é uma má alocação de recursos”, disse.
Participações
O secretário disse que a orientação do governo é a União se desfazer de todas as participações da BNDESPar, subsidiária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Mas não agora. Hoje, seria realizar prejuízo. Existem excelentes ativos, mas fomos pegos pelo novo coronavírus. Terminando a crise, nós vamos nos desfazer de tudo. Não é papel do Brasil, com carência em todas as áreas, ter participação. Isso é para país que tem dinheiro sobrando. O Brasil não tem dinheiro sobrando.”
Mattar apresentou dados para provar que privatizar gera emprego. Segundo ele, antes de serem vendidas a Embraer tinha 9 mil empregados e a Vale, 10,6 mil. Hoje, as empresas têm 18 mil e mais de 70 mil respectivamente. “Não existe desemprego no setor público. São 12 milhões de servidores e 500 mil funcionários de estatais. Vendê-las é tornar o país mais ético e menos oneroso”, defendeu.
Saiba Mais
O BNDES cumpre um papel de estruturar os projetos e estava envolvido nisso, segundo Salim Mattar, quando surgiu a crise. “Parte do seu esforço foi direcionado para ajudar segmentos mais carentes que precisam de financiamento neste momento”, explicou.