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O impacto emocional da crise
Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) conclui que oito em cada dez brasileiros que possuem dívidas estão mais tristes agora do que estavam antes da pandemia. Não custa lembrar: o Brasil tem 61 milhões de negativados, como são classificadas aquelas pessoas com contas em atraso e com o CPF restrito para contratar crédito ou parcelar compras. O estudo escancara o duro impacto emocional da crise do coronavírus. Para quem já enfrenta problemas – e ter um credor nos calcanhares é um deles –, a perda de renda pode ser devastadora, levando para sofrimentos como depressão e perda de autoestima. É por isso, nesses momentos dramáticos, o governo precisa entrar em cena para dar algum tipo de suporte financeiro e exercer o que os psicólogos chamam de liderança positiva. Sem isso, o que já é ruim tende a ficar muito pior.

Justiça não alivia pagamento de ICMS
Fracassou a tentativa das distribuidoras de combustíveis Small, RM Petróleo e Vetor de usar o argumento da queda de vendas provocada pela quarentena para adiar o recolhimento de ICMS devido ao fisco paulista. Três processos foram desmontados pela Justiça. A decisão do juiz Darci Lopes Beraldo, da comarca de Presidente Prudente (SP), é incisiva: “A redução na arrecadação dos impostos pelo Estado interfere diretamente na execução das medidas necessárias à contenção da pandemia de Covid-19”.

Pagamentos por aproximaçãodisparam com pandemia
A crise está transformando diversas áreas de negócios. Em março, os pagamentos por aproximação (chamados de contactless) aumentaram quatro vezes no Brasil. A principal explicação para o salto é o temor do coronavírus, que faz com que as pessoas evitem o contato com a maquininha. A mudança veio para ficar. Uma pesquisa feita pela Mastercard descobriu que 75% dos brasileiros pretendem continuar usando o pagamento por aproximação mesmo depois da pandemia.

Stone lança plataforma para pequenos empreendedores
A Stone, fintech de serviços financeiros e de pagamentos, lançou a plataforma gratuita “Compre Local” para apoiar pequenos e microempreendedores. Todos os lojistas que tiverem interesse em vender a distância podem se cadastrar, inclusive aqueles que não possuem CNPJ — autônomos que vendem de sua própria casa devem se inscrever utilizando o CPF. Depois do cadastro, os pedidos podem ser realizados por meio de WhatsApp, plataformas de delivery ou Instagram do estabelecimento.

Rapidinhas

» A capa da edição de ontem do Estado de Minas, que fez um contraponto entre o número de vítimas do coronavíruns no Brasil e a polêmica declaração do presidente Jair Bolsonaro, repercutiu em São Paulo. Em um grupo de WhatsApp formado por empresários, o tom era de revolta com o presidente.
“Como Bolsonaro pôde ter sido tão insensível”, escreveu o fundador de uma fintech, irritado com o fato de o presidente ter respondido “e daí?” ao ser questionado sobre o aumento do número de mortos. “Governos erram e acertam, mas jamais devem demonstrar indiferença por vidas perdidas”, disse o fundador de uma rede de franquias.

» A ideia do governo português de lançar um selo de qualidade para atestar que hotéis e restaurantes adotaram protocolos de controle ao coronavírus será copiada por outros países. Estabelecimentos italianos e espanhóis também defendem a criação do selo “Clean & Safe”, que seria concedido por autoridades sanitárias.

» O projeto é interessante e pode acelerar o retorno de atividades ligadas ao turismo. Nos próximos dias, ministros da União Europeia vão lançar um documento com propostas conjuntas para reativar o setor, um dos mais atingidos pela crise. As autoridades, porém, ressaltam que o retorno só será autorizado mediante a redução dos índices de infecção.