Economia

Guedes: Governo não usará dinheiro que falta à saúde para socorrer empresas

lembrou que, por conta disso, o governo se uniu a um consórcio de bancos para poder oferecer uma linha de crédito às grandes empresas

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quarta-feira (29/4) que o governo não vai usar o dinheiro público que falta para a saúde e para a educação para socorrer as grandes empresas brasileiras que foram afetadas pela pandemia do novo coronavírus. É por isso que a linha de crédito esperada por essas companhias, sobretudo as aéreas e as automotivas, virá, sobretudo, dos bancos privados.

 

"O governo não pegar o dinheiro público que falta para a saúde e para a educação e simplesmente salvar as grandes empresas. Vamos tentar salvar, mas dentro de um mecanismo de mercado", disse Guedes, em live realizada com empresários do setor varejista nesta quarta-feira.

 

Guedes lembrou que, por conta disso, o governo se uniu a um consórcio de bancos para poder oferecer uma linha de crédito às grandes empresas, com faturamento anual superior a R$ 10 milhões, que tiveram forte perda de receita durante a pandemia do coronavírus. O consórcio de bancos é formado por Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Santander, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Banco Central (BC).

 

Como já havia sido dito pela equipe econômica, esse consórcio deve atender empresas dos setores aéreo, automotivo, energia, sucroalcooleiro e varejo não alimentício, não farmacêutico e não automotivo. O ministro da Economia acrescentou, nesta quarta-feira, que serão desenhados modelos de empréstimo específicos para cada setor, usando mecanismos de mercado como garantias de ativo e debêntures conversíveis.

 

Saiba Mais

Mas Guedes também disse que, apesar de não estar disposto a tirar dinheiro da saúde e da educação para essa linha de crédito, o governo vai oferecer uma garantia de 20% para os bancos que realizarem esses empréstimos. É uma forma, segundo ele, de incentivar o sistema financeiro a dar um combustível a essas empresas, que precisam de ajuda agora para se manter vivas e poder voltar a operar no pós-coronavírus. "Se tiver perda de até 20%, quem paga é a gente. O fundo de reposição do Tesouro dá garantia, para que [os bancos] possam ter incentivo e correr um pouco de risco para ajudar a salvar a economia brasileira", disse Guedes.

 

A garantia de 20%, porém, é menor que o risco assumido pelo governo nas linhas de crédito que estão visando as empresas de portes menores durante a pandemia do novo coronavírus. A linha que permite financiar a folha de pagamento das pequenas e médias empresas, por exemplo, tem uma proporção contrária: 80% de garantia do Tesouro e 20% dos bancos.