Dados apresentados pelo Ministério da Economia, em entrevista coletiva realizada no Palácio do Planalto, mostram que o governo recebeu 536.845 mil pedidos do seguro-desemprego em março deste ano e mais 267.693 na primeira quinzena de abril. O total chega, então, a 804 mil nesse período de pandemia. Mas o governo estima que cerca de mais 200 mil trabalhadores também perderam o emprego e ainda não solicitaram o seguro-desemprego já que as agências de trabalho de todo o país estão fechadas por conta do risco de contágio de Covid-19. Se confirmada, essa defasagem pode levar para mais de 1 milhão de pessoas o total de novos desempregados registrados durante a pandemia do novo coronavírus no Brasil.
Secretário de Trabalho da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, Bruno Dalcolmo explicou que essa estimativa de que 200 mil pessoas ainda devem dar entrada no seguro-desemprego foi feita com base nos números históricos do benefício. É que 65% dos brasileiros que perdem o emprego costumam solicitar o auxílio depois que o governo é informado do desligamento. Hoje, porém, esse número está menor em aproximadamente 200 mil pessoas. Além disso, o governo percebeu que os pedidos presenciais de seguro-desemprego corresponderam a apenas 8,7% dos pedidos registrados em abril. Em março, quando as agências ainda estavam abertas, contudo, essa participação foi de 59,6%.
O governo garante, por sua vez, que está trabalhando para atender esses brasileiros que também podem receber o seguro-desemprego. Para isso, a Secretaria de Trabalho está em conversas com as agências de trabalho estaduais e municipais para viabilizar a retomada gradual do atendimento presencial do seguro-desemprego, mas também está aprimorando e divulgando as formas virtuais de solicitação do benefício. Segundo a pasta, é possível pedir o seguro-desemprego de casa através do aplicativo da Carteira Digital de Trabalho e por meio da central telefônica 158, que, por sinal, vai ter sua equipe dobrada a partir de maio.
Comparação
Apesar desses números, o governo acredita que, mesmo se o número de pedidos de seguro-desemprego chegar a 1 milhão em março e abril, o aumento do desemprego não será tão explosivo quanto se imaginava no início da pandemia do novo coronavírus. Os técnicos do Ministério da Economia alegam que o total de pedidos registrados em março e abril deste ano ainda é menor que o número de pedidos recebidos no mesmo período do ano passado (em março de 2020 foram 536.845, contra 556.226 do mesmo mês de 2019; e na primeira quinzena de abril de 2020 foram 267.693, contra 310.509 do mesmo período de 2019).
Se compararmos com os números registrados nos primeiros meses deste ano, antes da pandemia do novo coronavírus, contudo, já se percebe um aumento expressivo nos pedidos de seguro-desemprego. É que, em janeiro, foram 528.425 pedidos. E, em fevereiro, 444.358. Entre fevereiro e março, portanto, houve uma alta de 11% no total de trabalhadores que pediram o seguro-desemprego.
Ainda assim, o governo calcula que, mesmo depois de concluída essa “fila de espera” de cerca de 200 mil trabalhadores, o aumento do desemprego não será tão grande. A estimativa é de que essa fila seja zerada nos próximos dias. E que, por isso, o total de seguros-desempregos solicitados entre março e abril supere em “apenas” 150 mil o total de pedidos recebidos no mesmo período do ano passado.
“Havia uma preocupação com a explosão do seguro-desemprego, mas não verificamos isso. Verificamos que o número de pedidos ainda é razoavelmente estável. Há um ligeiro aumento, mas não é nenhuma explosão”, afirmou o secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, que classificou esse balanço, portanto, como uma “notícia boa”, que mostra que as políticas desenhadas pelo governo durante a pandemia do novo coronavírus estão surtindo efeito.
“Os dados estão absolutamente positivos. Claro que temos um aumento do desemprego. Vamos ter. Mas o Brasil está conseguindo preservar muitos empregos”, acrescentou o secretário de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, destacando que 4,2 milhões de trabalhadores já fizeram acordos dentro da Medida Provisória (MP) 936, que permitiu a suspensão do contrato de trabalho e a redução do salário nesse momento de calamidade pública. “É uma medida que evita o desemprego. Quanto mais acordos tivermos, menos pedidos de seguro-desemprego teremos”, alegou Bianco.
“Os dados estão absolutamente positivos. Claro que temos um aumento do desemprego. Vamos ter. Mas o Brasil está conseguindo preservar muitos empregos”, acrescentou o secretário de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, destacando que 4,2 milhões de trabalhadores já fizeram acordos dentro da Medida Provisória (MP) 936, que permitiu a suspensão do contrato de trabalho e a redução do salário nesse momento de calamidade pública. “É uma medida que evita o desemprego. Quanto mais acordos tivermos, menos pedidos de seguro-desemprego teremos”, alegou Bianco.
Perfil
O Ministério da Economia também informou o perfil do trabalhador que mais tem sido atingido pelo aumento do desemprego durante a pandemia do novo coronavírus. Segundo a pasta, a maior parte dos brasileiros que pediu o seguro-desemprego nas últimas semanas é do sexo masculino (59,45%), tem entre 30 e 39 anos (33,95%), tem ensino médio completo (58,65%) e trabalha no setor de serviços (39%) ou comércio (29%). E a maior parte desses trabalhadores está nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.