A moeda americana começou o pregão desta quarta-feira cotada a R$ 5,32, mas operou em alta durante a maior parte do dia por conta do entendimento do mercado de que o Banco Central vai voltar a cortar a taxa básica de juros (Selic).
A perspectiva do mercado é que o Comitê de Política Monetária (Copom) baixe a Selic dos atuais 3,75% para 3% em maio, para estimular a retomada da economia no pós-coronavírus. E esse entendimento ganhou força após o presidente do BC, Roberto Campos Neto, admitir que o cenário econômico brasileiro mudou nas últimas semanas.
A queda dos juros, porém, desestimula os investimentos financeiros no Brasil, pois, quanto menor os juros, menor são os ganhos no mercado de capital. Por isso, depois da declaração de Campos Neto, muitos investidores já começaram a retirar de dinheiro do Brasil para aplicá-lo em locais mais seguros e mais rentáveis, como os Estados Unidos. É esse movimento, segundo os analistas, que provocou a disparada do dólar nesta quarta-feira.
No início da tarde, a fuga de capital chegou ao ápice, levando o dólar ao recorde de R$ 5,41. A alta fez o BC ofertar 10 mil contratos de swap cambial - intervenção que fez o dólar recuar para os R$ 5,38, mas logo foi superada pelo sentimento de aversão ao risco do mercado, que empurrou o dólar para a casa dos R$ 5,40 novamente.
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Na Bolsa, contudo, o ajuste já foi superado. Por, diferente do que acontece normalmente, a Bolsa de Valores de São Paulo seguiu o dólar e também subiu nesta quarta-feira. O Ibovespa fechou o dia com alta de 2,16%, aos 80.687 pontos devido à recuperação gradual dos preços internacionais do petróleo e à perspectiva do mercado de retomada parcial da atividade econômica mundial, que passou a maior parte das últimas semanas paradas por conta do coronavírus.