Economia

Ibovespa tem queda de 1,36% acompanhando exterior; dólar vai a R$5,24

Na Europa, a bolsa de valores de Paris recuou 3,76% e a de Londres, 3,34%

Os mercados globais operaram no campo negativo, nesta quarta-feira (15/4), com o aumento da aversão ao risco e os temores sobre a perspectiva econômica voltando a pesar no sentimento dos investidores. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), acompanhou o exterior e registrou queda de 1,36%, a 78.831 pontos, com volume financeiro negociado de R$ 90 bilhões. Enquanto isso, o dólar comercial operou em mais uma sessão de alta. A moeda norte-americana terminou o dia com avanço de 0,99%, cotada a R$5,24.

Na Europa, a bolsa de valores de Paris recuou 3,76% e a de Londres, 3,34%. Nos Estados Unidos, o S&P 500, principal indicador de avaliação das ações do mercado norte-americano, registrou baixa de 2,21 %, enquanto o Dow Jones caiu 1,86% e Nasdaq, 1,44%. 

O índice acionário brasileiro acelerou perdas após a Agência Internacional de Energia (AIE) prever uma queda recorde na demanda do petróleo por conta da pandemia do coronavírus. Com a notícia, o barril do Brent caiu 5,41%, a US$ 28,00, e o barril do WTI recuou 0,75%, a US$ 19,96. As expectativas já não eram tão otimistas diante da perspectiva de que o corte acordado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep%2b) não seria suficiente.

Outro foco de pessimismo no exterior foi a retração de 4,5% nas vendas do varejo americano no mês de março. O indicador Empire State Manufacturing  registrou baixa muito maior que a estimada, com recuo de 78,2 e a produção industrial da maior economia do mundo também decepcionou, apontando uma contração de 5,4% no mês passado, ante expectativa mediana de queda de 4%. O Livro Bege do Federal Reserve (Banco Central americano) também mostrou que a economia americana contraiu profundamente em todas as regiões, devido ao isolamento social promovido para conter o espalhamento do coronavírus.

Saiba Mais

No cenário doméstico, foi somada a instabilidade política diante dos novos rumores de demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Ele e o presidente Jair Bolsonaro se confrontam na visão sobre a melhor forma de combater a pandemia de coronavírus, especialmente em relação às medidas de isolamento social. Bolsonaro já avalia nomes para a substituição do cargo. Em meio à disputa, o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, auxiliar do ministro, pediu demissão. O pedido, no entanto, não foi aceito por Mandetta.

O economista Rodrigo Moliterno, sócio da Veedha Investimentos, também destacou o vencimento do índice futuro e de opções, o que faz com que os investidores defendam posições. “Somado a esse cenário, ainda tivemos essa particularidade do vencimento, que tira um pouco do foco do noticiário do dia. Mas o mercado está atendo acompanhando a questão da demissão no ministério da Saúde. Em geral, vivemos uma liquidez bastante baixa. O volume pesado no exercício de opções não foi dos maiores e mostra que de certa forma os investidores não quiseram tomar um partido, na esteira sem querer apostar em nenhum lado”, avaliou. 
 
*Estagiária sob supervisão de Fernando Jordão