O governo federal estima que, depois do baque que deve ser registrado neste ano em virtude da pandemia do novo coronavírus, a economia brasileira avance 3,3% em 2021. O déficit primário, por sua vez, deve refletir os gastos do pacote de enfrentamento à Covid-19 e deve chegar a R$ 149,6 bilhões no próximo ano.
As projeções do governo para a economia brasileira no próximo ano constam na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021, que deve ser enviada ao Congresso nesta quarta-feira (15/4). A data de envio da LDO está prevista pela Constituição e, por isso, foi respeitada mesmo diante das incertezas que o coronavírus lançou sobre a economia brasileira.
Apesar de reconhecer que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2020 ainda é incerto, o governo informou, portanto, que a expectativa é ver a economia brasileira já começar a se recuperar com certo fôlego no próximo ano: a expectativa de alta de 3,3% do PIB que está na LDO 2021 é superior às estimativas anteriores, que previam um PIB de 2,5% no próximo ano.
Vale lembrar, porém, que, se confirmado, o crescimento de 3,3% se dará sobre uma base defasada. Afinal, o PIB do Brasil deve ficar no campo negativo neste ano por conta dos impactos econômicos do coronavírus. Segundo o Banco Mundial, o baque pode ser de até 5%, apesar de o governo oficialmente seguir apostando em uma variação de 0,02% do PIB em 2020.
Déficit
Em relação ao déficit, porém, o governo não foi tão otimista. Apesar de dizer que o impacto fiscal das medidas de enfrentamento ao coronavírus deve ficar apenas neste ano, a União mais que dobrou a projeção do rombo das contas públicas brasileiras em 2021. A projeção do déficit primário foi ampliada de R$ 68,5 bilhões para R$ 149,6 bilhões na LDO 2021. Ou seja, 1,84% do PIB.
O governo ainda prevê um déficit primário de R$ 3,97 bilhões nas estatais federais e um superávit de apenas R$ 200 bilhões nos estados e municípios. Por isso, o resultado primário do setor público consolidado deve alcançar um déficit de R$ 153,38 bilhões, ou 1,88% do PIB, em 2021.
Já a dívida bruta do governo, que vem crescendo por conta da necessidade de o governo se financiar para bancar as medidas emergenciais da Covid-19, deve chegar a 84,34% do PIB em 2021.