Economia

ANP aponta queda de 8,5% no preços dos combustíveis em março

Segundo a Petrobras, queda no ano, nas refinarias, já chega a 43,5%. No óleo diesel, a redução, em 2020, é de 31,3%. Em Brasília, há postos vendendo gasolina por R$ 3,419 pelo aplicativo

Demorou, mas a queda no valor do barril de petróleo no mercado global começa a chegar às bombas no Brasil. Levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostra que houve queda no preço dos combustíveis de 8,5% em março. Em Brasília, há postos vendendo gasolina por R$ 3,419 no aplicativo. A maior parte dos estabelecimentos, contudo, praticam preço de R$ 3,599 o litro. 

As reduções são efeito da queda no valor do barril de petróleo no mercado internacional, por conta da menor demanda em tempos de coronavírus. Com o isolamento das pessoas, muitos comércios e indústrias paradas, o consumo de combustível despencou em todo o mundo, desde o início da pandemia de Covid-19, em Wuhan, província chinesa de Hubei, bastante industrializada e que foi completamente paralisada no início do ano. 

No Brasil, a Petrobras vem cortando o valor dos combustíveis na refinaria. A última redução, em 28 de março, foi de 5%. Hoje, a gasolina custa R$ 1,08 por litro (sem impostos e margens de distribuidoras e postos), o menor valor desde 31 de outubro de 2011. No acumulado do ano, a redução é de 43,5%. No óleo diesel, a queda é de 31,3% em 2020. “A Petrobras espera que este movimento nos preços se reflita, no curto prazo, na redução do preço final cobrado ao consumidor”, disse a estatal.

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Segundo o levantamento da ANP, na semana avaliada a queda foi de 2,6% e o combustível foi vendido, em média, a R$ 3,439 o litro nas bombas, valor nominal mais baixo desde novembro de 2017. Isso mostra que os valores dos derivados para o consumidor final estão cedendo, ainda que a queda dos preços da Petrobras, nas refinarias, seja bem maior. Nas bombas, os preços do litro do diesel S10 acumulam queda de 8,6% desde o início de março, enquanto a petroleira estatal reduziu seus preços nas refinarias em 16,1% desde então.

Enquanto isso, a demanda por etanol e gasolina da BR Distribuidora está entre 30% e 35% menor na comparação com períodos pré-crise, afirmou o presidente da companhia, Rafael Grisolia. No início da implantação de medidas de isolamento, a demanda pelos combustíveis chegou a cair 60%. A queda menor percebida atualmente parece refletir o aumento da movimentação em centros urbanos, segundo a empresa. No caso do diesel, a queda é da ordem de 20% desde o início da crise.