Economia

Retomada virá em julho ou agosto, calcula secretário de Política Econômica

Em live realizada com o mercado financeiro na manhã desta terça-feira (14), Sachsida explicou que a economia brasileira ainda está no primeiro período dessa crise, o período do choque de oferta e demanda

O período de retomada econômica, que vai suceder a atual crise do novo coronavírus, só deve começar em julho ou agosto. A previsão é do secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, que, por conta disso, disse que o fundamental agora é manter os empregos e as empresas brasileiras respirando até junho.

Em live realizada com o mercado financeiro na manhã desta terça-feira (14), Sachsida explicou que a economia brasileira ainda está no primeiro período dessa crise, o período do choque de oferta e demanda. O segundo período, que corresponde à recessão em si, deve ocorrer em maio e julho. E o terceiro, de retomada, em julho ou agosto, segundo os cálculos da Secretaria de Política Econômica (SPE).

"Ocorreu um choque na economia no período T. O período T%2b1 é um período de recessão, não tem jeito, infelizmente. E o T 2 é a retomada da economia. Então, nosso objetivo de política econômica é manter a estrutura econômica no T 1. Manter as empresas e os empregos funcionando em abril, maio e junho é o grande desafio a economia brasileira", afirmou Sachsida, explicando que é preciso manter a estrutura produtiva operando nesse período de choque e recessão para poder chegar ao "período T 2" em condições de recuperação.

"No período T 2, em julho ou agosto mais ou menos, vai ter a retomada da economia", calculou Sachsida, reforçando que o ritmo dessa retomada vai depender de como estiver a economia brasileira depois desse momento de isolamento social e recessão. "Se as empresas quebram, quando chega o momento da retomada, não tem emprego, nem empresa e aí a retomada fica muito lenta e o custo de um choque transitório pode ficar permanente", alertou.

Diante desse entendimento, Sachida disse que, nesse período de choque econômico, "é fundamental irrigar o mercado de crédito, mandar dinheiro para os mais pobres e manter as empresas funcionando". E ele garantiu que o governo tem tomado medidas eficientes e tempestivas nesse sentido. Como exemplo, citou o pagamento de R$ 600 aos trabalhadores informais e a possibilidade de as empresas reduzirem o salário dos seus empregados durante a crise. 

Saiba Mais

A única ponta desse tripé que preocupa o governo, segundo o secretário, é a questão do crédito. Afinal, muitas empresas têm relatado dificuldades em obter crédito, mesmo depois de o Banco Central ter anunciado medidas que prometem injetar R$ 1 trilhão de liquidez no sistema financeiro nacional.

"A preocupação que temos é o crédito para empresas. As medidas trabalhistas estão chegando na ponta razoavelmente bem. A transferência de dinheiro para os informais e as pessoas pobres também está chegando. Mas há a preocupação de algumas empresas que estão pedindo capital de giro e estão tendo dificuldade. Estamos conversando e olhando como resolver isso", admitiu Sachsida na live com o mercado, que foi promovida pela XP Investimentos.