Economia

Ibovespa sobe 1,49%; dólar fecha dia a R$ 5,18

Primeiro pregão da semana foi marcado pela volatilidade

O mercado começou a semana com bastante volatilidade, com os  investidores atentos aos desdobramentos do coronavírus no mundo e preocupações com a oferta de petróleo. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), operou nesta segunda-feira (13/4) entre perdas e ganhos, mas acabou fechando com alta de 1,49% a 78.835 pontos, com volume financeiro negociado de R$ 17,67 bilhões.
 
Nos Estados Unidos, os índices refletem as incertezas sobre sobre os números corporativos. O S&P 500, principal indicador de avaliação das ações do mercado norte-americano, registrou queda de 1,01%, enquanto o Dow Jones recuou 1,39% e Nasdaq avançou 0,48%. 

“Os receios quanto ao início da temporada de resultados das empresas norte-americanas pesaram nas bolsas dos EUA. Mas, por aqui, o dia foi salvo pela reação das empresas ligadas às commodities diante da alta dos metais na bolsa de Nova York e com a forte queda dos juros futuros, em especial da parte mais longa da curva, após Rodrigo Maia, presidente da Câmara, afirmar que irá excluir a ampliação dos empréstimos do plano de socorro aos estados”, destacou o analista Rafael Ribeiro, da Clear Corretora. Segundo ele, com a ajuda do governo para resolver a crise, as metas fiscais devem ser descumpridas, que é o que tem gerando grande receio entre os investidores e a medida extra de ajuda aos estados agravaria ainda mais a expectativa sobre o rombo das contas públicas.

Com o acordo para corte na produção mundial de petróleo, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados, a Opep%2b, optou por cortar 9,7 milhões de barris de petróleo por dia (bpd) em maio e junho. O intuito, com a redução da produção, é impulsionar o valor do combustível, que declinou mais de 60% desde janeiro diante do excesso de oferta e dos efeitos causados pela disseminação do novo coronavírus pelo mundo. No entanto, pelo Twitter, o presidente americano, Donald Trump, afirmou que o número que os países buscam, na verdade, é de 20 milhões de barris por dia, gerando incertezas se o acordo foi suficiente para conter a derrocada do óleo. 

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O diretor de operações da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer, destacou a volatilidade trazida pelo petróleo. “Primeiro, a bolsa disparou achando que esse número não ia compensar as perdas causadas pelo coronavírus e a demanda baixa, e, por fim, o Ibovespa terminou na esteiras do mercado lá fora, puxado pela Vale e bancos. Já nos Estados Unidos, me parece uma realização de lucros natural, depois de ter registrado semana passada a maior alta semanal em anos. O que acabou pegando aqui mesmo foi o dólar com a aversão ao risco global, o Banco Central repetiu a estratégia com o swap além da rolagem, mas não adiantou”, afirmou. 

O dólar comercial voltou a registrar alta acompanhando o desempenho ante outras moedas arriscadas. Após encerrar a última semana com queda acumulada de 4,42%, a divisa norte-americana avançou 1,86%, cotada a R$ 5,18. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,20. O Banco Central chegou a ofertar até 10 mil contratos de swap cambial tradicional para rolagem, com vencimento em outubro de 2020 e janeiro de 2021, mas a medida não foi capaz de conter o câmbio.
 
*Estagiária sob supervisão de Fernando Jordão