Economia

Anbima: títulos públicos registram queda média de 0,99% no 1º trimestre

Dado é referente ao resultado nominal, sem considerar a inflação. Alguns papeis tiveram perdas superiores a 10% em março e no trimestre

No meio da crise global desencadeada pela pandemia da Covid-19, provocada pelo novo coronavírus, o pequeno investidor não está tendo mais para onde correr.  Assim como a Bolsa de Valores de São Paulo (B3), os títulos públicos federais não estão tendo uma boa performance neste ano, fazendo o aplicador perder dinheiro neste ano. Alguns papeis indexados à inflação tiveram perdas superiores a 10% no mês e no trimestre.

Conforme levantamento feito pela Associação Brasileira das Entidades de Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o retorno médio dos papéis do governo ficou negativo em 0,99% no primeiro trimestre deste ano. Esses valor é nominal, ou seja, sem o impacto da inflação. Em março, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu apenas 0,07%, acumulando alta de 0,53% no trimestre. Com isso, as perdas médias para o investidor seriam de 1,52% no trimestre. Contudo, esse prejuízo foi menor do que as perdas do Índice Bovespa no mesmo período, de 36,9%, um recorde histórico para os primeiros três meses do ano.  

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O resultado do Índice de Mercado Anbima (IMA-Geral) foi puxado pelo recuo de 1,98% do indicador em março, "com a volatilidade do mercado desencadeada pela pandemia de Covid-19", segundo a Anbima. Os títulos soberanos indexados ao IPCA foram os mais afetados no período, principalmente, os de longo prazo. O IMA-B 5%2b, que acompanha as NTN-Bs com prazos maiores do que cinco anos, teve quedas de 10,93%, em março, e de 10,62%, no trimestre. O IMA-B5, que reflete os papéis indexados à inflação que vencem em até cinco anos, registrou perdas de 1,75%, no mês, e de 0,57% no acumulado dos três primeiros meses do ano.
 
 

Contramão


Na contramão, ficaram os prefixados de prazos mais curtos, que tiveram ganhos embora menores do que o investidor estava acostumado. Segundo dados da Anbima, o IRF-M1, que acompanha os papéis com vencimento de até um ano, teve alta nominal de 1,43% no trimestre. Descontada a inflação do período, o ganho real foi de 0,9%. Já o IRF-M1 , que reflete os prefixados com prazos acima de um ano, subiu 1,44% no mesmo período. Em março, esses indicadores apresentaram, respectivamente, ganho de 0,60% e recuo de 0,47%.

De acordo com a associação, os títulos corporativos também apresentaram recuos em março e no primeiro trimestre. Os ativos indexados ao CDI, representados pelo Índice de Debêntures Anbima (IDA), o IDA-DI, tiveram queda de 4,87% no mês e de 4,09% no ano. Já as debêntures incentivadas, com vencimentos mais longos, acompanhadas pelo IDA-IPCA Infraestrutura, tiveram variações negativas de 6,04% e de 4,51%, respectivamente.