Economia

Presidente do Itaú Unibanco prevê queda do PIB entre 3,5% e 5% neste ano

Candido Bracher reconhece que tempo de distanciamento social é um dos fatores que pode determinar capacidade de retomada

Após ver uma série de alterações de previsões sobre o crescimento da economia neste ano, o presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, admite que está prevendo queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,5% a 5%, neste ano.

Bracher contou que, “dentro de um universo razoável” dos modelos montados pela equipe chefiada pelo economista-chefe do banco, Mario Mesquita, “as probabilidades para o PIB variam de um crescimento de 0,5% até um tombo de 6,4% neste ano”. “Acho que vamos ver é uma queda da metade para cima, de 3,5% até 5%”, afirmou o executivo.

O executivo reconheceu que está difícil fazer projeções no momento atual, porque elas estão mudando com muita velocidade diante do avanço da pandemia de Covid-19, provocada pelo novo coronavírus. Segundo ele, algumas variáveis importantes precisam ser levadas na hora de medir o tamanho da queda e a capacidade de retomada da economia, como a duração do distanciamento social, a velocidade da retomada e o volume de recursos investidos pelo governo para atenuar os impactos dessa crise.

A previsão de Bracher é mais pessimista do que a mediana das previsões do mercado, que estima queda de 1,96%, a nona redução consecutiva, conforme relatório divulgado nesta segunda-feira (13/04) pelo Banco Central. Na semana passada, a projeção era de 1,18%. 

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Contudo, a estimativa do executivo está mais em linha com a do Banco Mundial (Bird), por exemplo, que revisou suas estimativas e anunciou ontem que prevê recuo de 5% no PIB brasileiro. De acordo com a instituição o PIB na América Latina deverá encolher 4,6% (excluindo a Venezuela), em 2020, devendo se recuperar em 2021, com avanço de 2,6%. O Bird prevê uma retomada mais lenta do Brasil em no ano que vem, de 1,5%.

Bracher comentou esses dados durante a apresentação de uma doação de R$ 1 bilhão para o combate à Covid-19, pandemia provocada pelo novo coronavírus, anunciada hoje em uma videoconferência à imprensa. Os recursos serão repassados serão administrados por um grupo de especialistas liderado pelo médico Paulo Chapchap, doutor em clínica cirúrgica pela Universidade de São Paulo e diretor-geral do Hospital Sírio Libanês.