Com boa parte do comércio e dos serviços sem funcionarem devido à pandemia do novo coronavírus, as famílias brasileiras aumentaram o volume de recursos guardados na caderneta de poupança em março. Dados do Banco Central (BC) mostram que, no mês passado, os depósitos superaram os saques em R$ 12,17 bilhões. Com isso, a captação líquida de março foi a maior da série histórica para o mês.
Em março de 2019, a poupança havia registrado entrada líquida de R$ 1,85 bilhão. No acumulado do primeiro trimestre de 2020, no entanto, os saques líquidos da poupança ainda somam R$ 3,76 bilhões.
No mês passado, os depósitos brutos somaram R$ 221,86 bilhões, enquanto os saques brutos foram de R$ 209,69 bilhões.
Assim, considerando a entrada líquida de R$ 12,17 bilhões e o rendimento de R$ 2,32 bilhões ao longo do mês, o estoque total na caderneta de poupança atingiu R$ 848,92 bilhões.
O recorde de entrada líquida na poupança em março ocorreu mesmo com a queda da Selic (a taxa básica de juros), que reduz a remuneração da aplicação. Atualmente, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), que está em zero, mais 70% da Selic. A Selic, por sua vez, está em 3,75% ao ano, no menor patamar da história.
Essa regra de remuneração vale sempre que a Selic estiver abaixo dos 8,50% ao ano. Quando estiver acima disso, a poupança é atualizada pela TR mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano).