O Conselho Monetário Nacional (CMN) vai reduzir alíquota de depósito compulsório em mais 5% para os bancos que realizarem empréstimos para as pequenas e médias empresas nos moldes do programa do crédito emergencial para o pagamento da folha. Essa medida visa complementar os R$ 40 bilhões previstos no Programa Emergencial de Suporte a Empregos (PESE), instaurado pela Medida Provisória nº 944, publicada no último dia 3, de acordo com o diretor de Regulação do Banco Central, Otávio Damaso.
O aporte do Tesouro Nacional nesse programa é de R$ 34 bilhões e os bancos privados ficam responsáveis pelo restante. "As instituições financeiras que aderirem ao programa vão poder reter 5% dos depósitos compulsórios, o que dará os R$ 6 bilhões que complementam os recursos que estão vindo da União dentro do pacote”, explicou Damaso, no Palácio do Planalto, na tarde desta segunda-feira (06/04), durante a apresentação da decisão do CMN, em reunião extraordinária na manhã hoje. “Essa regulamentação bota o programa de suporte ao emprego em pé. Ele está disponível para as pequenas e médias empresas junto às instituições financeiras”, garantiu.
No último dia 23, o BC reduziu de 25% para 17% a alíquota para depósitos compulsórios a prazo pela segunda vez no ano. Até fevereiro, o percentual dos depósitos a prazo que os bancos tinham que deixar nos cofres da autoridade monetária era de 31%.
A nova linha emergencial para financiamento da folha de salários para pequenas e médias empresas terá juros de 3,75% ao ano, com prazo de carência de seis meses e 30 meses para a amortização. Contudo, empresários contam que o governo demorou muito para a liberação do recurso que só poderá ser utilizado na folha de abril. Eles guardavam esse pacote há mais de duas semanas. “É bom que tenha chegado. É uma pena que chegou atrasado para o pagamento da folha de março, porque ela já rodou”, lamentou o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci.
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De acordo com Damaso, uma terceira medida aprovada pelo CMN que merece destaque foi a ampliação do de R$ 20 milhões para R$ 40 milhões no limite para a linha do Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGE), que são garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e são utilizadas por pequenos bancos. “Esse seguro existe desde a crise de 2008 e, há três semanas, o CMN aumentou o limite para captação de longo prazo. Isso ajuda as instituições financeiras possam fazer captação e vai ser protegida para empresas para as empresas e as famílias”, justificou.