Ao todo, foram fabricadas 189.958 unidades, ante 240.763 de março de 2019. A diferença de fevereiro para março foi de 7%, enquanto a variação no acumulado de janeiro a março foi de 16%. Como a produção, o volume de unidades exportadas também foi reduzido, em 21,1%, na comparação com março de 2019, passando de 39.018 unidades para 30.772.
Segundo o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, "pode-se identificar com clareza a influência da pandemia nos índices, já que se registrava um aumento de 9% nas vendas até o começo da segunda quinzena, no acumulado do ano". Para Moares, as circunstâncias levam a acreditar que o cenário para abril será preocupante.
"Tivemos dois momentos no mês de março. A primeira quinzena rodando normal, dentro do que a gente imaginava que seria possível vender e emplacar, e uma segunda quinzena, muito impactada pelo efeito da crise", disse.
Moraes ressaltou que houve uma redução de 86,5% na média diária de licenciamentos, da primeira semana de março para a última. "Isso confirma a preocupação em relação ao atual momento que nós estamos passando".
Caminhões
Moraes destacou ainda que, ao contrário dos automóveis, as vendas de caminhões apresentaram pouca oscilação quanto a fevereiro deste ano. Em março, manteve-se o mesmo desempenho, de cerca de 6,4 mil unidades emplacadas. Uma das saídas para esse tipo de negociação, explicou o presidente da associação, tem sido o contato direto entre montadoras e clientes.
Quanto às máquinas agrícolas e rodoviárias, observa-se um aumento de 46% na comercialização ante fevereiro, e de 10,3% em relação aos números de março de 2019. No total, foram vendidas 4.140 unidades.
Apesar da apreensão manifestada, o presidente da Anfavea salientou que a perspectiva para o segmento deverá repetir um padrão já vivenciado por países em que a pandemia chegou antes, como China, Itália, França e Espanha. Para fundamentar o argumento, utilizou como referência a variação nos licenciamentos de automóveis nesse locais, que foi, respectivamente, de menos 80%, 85%, 72% e 69%, respectivamente.
De forma geral, disse Moraes, a decisão da entidade é de aguardar a avaliação de especialistas sobre o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) para poder consolidar a projeção para a indústria automobilística brasileira.
Ainda de acordo com o relatório da Anfavea, com as medidas de distanciamento social, 63 fábricas do setor interromperam as atividades ao longo das últimas duas semanas, afetando 123 mil funcionários. A paralisação abrange 10 estados e 40 municípios.