O mercado iniciou a semana com menos volatilidade em meio ao anúncio de uma possível vacina contra o novo coronavírus. Apesar dos impactos da pandemia do e a forte queda no preço do petróleo, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) registrou alta de 1,65% a 74.639 pontos. O índice chegou a operar no negativo após a abertura das bolsas nos Estados Unidos, mas voltou a ganhar força quando os índices americanos se fixaram no terreno positivo. O S&P 500 terminou com ganhos de 3,35%, enquanto o Dow Jones avançou 3,19%.
A farmacêutica Johnson & Johnson anunciou que pode ter achado uma vacina para a covid-19. Em parceria com o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA o grupo que vem trabalhando desde janeiro de 2020 e disse que iniciará o teste em humanos de uma vacina candidata contra coronavírus em setembro, com o objetivo de prepará-la sob uma autorização de uso emergencial no início de 2021. A liberação pode vir bem mais rápido que o período típico de 18 meses que leva para que as vacinas sejam testadas, aprovadas e produzidas.
“O mercado brasileiro acabou acompanhando o exterior, principalmente as bolsas de Nova York principalmente por esse anúncio da Johnson, que pode entregar uma vacina para imunizar contra o coronavírus até o final deste ano ou início do próximo. Qualquer notícia nesse sentido impacta positivamente, mas ainda vamos viver dias de volatilidade, justamente porque ainda não se tem clareza sobre o impacto econômico da pandemia”, destacou o analista da Austin Rating, Alex Agostini.
O dólar voltou a registrar alta, a moeda norte-americana fechou perto da máxima do dia, com ganhos de 1,48 %, cotada a R$ 5,18. Segundo os analistas o câmbio continua subindo pela corrida por ativos de maior segurança em um movimento compreensível e sem questões internas. Além disso, a contínua saída do investidor estrangeiro é justificada pelos juros em mínima histórica no movimento de flight to quality, ou seja, a procura de qualidade de ativos para preservação de patrimônio dos investidores.
Segundo o economista da Necton Invetsimentos, Marcel Zambello, em linhas gerais o câmbio deve permanecer em um patamar mais alto. “Temos principalmente um movimento de aversão a risco e o Banco Central entrando forte leilões, mas não tem sido suficiente. Teoricamente agora a alta é ocasionada pela busca de ativos de menos risco, mas se a volatilidade diminuir um pouco esse dólar pode se estabilizar, ou cair um pouco mas acreditamos que em novembro já estaremos em um patamar melhor”, afirmou.