A curva de recuperação ainda é uma incógnita. Analistas torcem para que a retomada não seja muito lenta, porque as consequências serão piores para a economia e para o mercado de trabalho. Pedro Renault, economista do Itaú Unibanco, explica que a mudança da trajetória de queda na atividade econômica deverá ocorrer a partir de junho, no melhor dos cenários. “As estimativas mais pessimistas são de uma normalização mais lenta. E se isso acontecer, a queda pode ficar em 1,6%”, afirma. O banco prevê retração de 0,4% na economia global, mas tem previsões para 2021 otimistas, de avanço de 5,5% no PIB brasileiro. “A nossa expectativa é que a recuperação dessa crise seja mais rápida com os pacotes de aumento de liquidez sendo colocados em prática, ajudando no processo de retomada após a queda dos contágios”, avalia Renault.
Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, considera que a retomada da economia brasileira poderá ser mais lenta, uma vez que a resposta política do governo para conter a crise está morosa e o presidente Jair Bolsonaro prefere se isolar a contemporizar com o Congresso. “Esse comportamento dele não vai trazer tranquilidade, e vai ser muito difícil fazer o mega-ajuste fiscal necessário”, afirma. Ele prevê queda de 8% no PIB brasileiro do terceiro trimestre e retração de 2,1% no ano, mas admite que um cenário com retração acima de 4% pode ser factível. (RH)